Raphinha a infância e adolescência no Brasil, a indisciplina no primeiro clube fora de Porto Alegre e assume a preocupação com questões sociais. O outro lado do jogador que este verão trocou o V. Guimarães pelo Sporting
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Raphinha pode ser conhecido em Portugal pelo que conseguiu no Vitória de Guimarães ao ponto de Jorge Jesus ter pedido a sua contratação para o Sporting, onde chegou no verão passado com o clube leonino num turbilhão e o treinador de saída para a Arábia Saudita. Mas, há mais Raphinha para lá do futebolista e que é profundamente marcado por uma infância, entre tantas no Brasil, marcada pela dificuldades. "A dado momento precisei de abandonar o futebol, porque não tinha dinheiro para comprar a passagem para ir treinar", recorda numa entrevista ao site brasileiro Goal.
"Tenho um projeto com o meu pai para ajudar as crianças carentes, fazer com que mudem de vida e encontrem uma outra realidade, principalmente no bairro onde nasci em Porto Alegre. Quero tirá-las do mundo das drogas, muitas delas têm os pais presos ou que são traficantes... O nosso objetivo é a mudança de foco. Quero um futuro melhor para elas", contou o jogador do Sporting, assumindo que é ainda hoje muito marcado pelo que viu enquanto crescia num bairro de Porto Alegre. "Vi muita coisa acontecer, alguns amigos meus de infância já não estão vivos, outros estão envolvidos no tráfico de drogas... Tudo isso mexe muito comigo. Como não consegui ajudá-los na infância, penso então em ajudar as crianças de hoje", contou.
De bem com a opção tomada, em bom plano no Sporting, Raphinha nem sempre foi assim tão confiante e tranquilo. "Sabia que estava a treinar bem, a jogar bem, mas havia uma certa implicância do treinador, o que, na verdade, é normal no futebol. O Audax foi o meu primeiro clube fora da minha cidade [Porto Alegre], foi quando deixei o aconchego dos meus pais e tive muita dificuldade para me adaptar, principalmente por causa da distância", recordou.