A necessidade de se tomar uma decisão rápida origina uma pressão que, naturalmente, contribui para o VAR, mesmo com imagens televisivas e repetições a ajudar, cometer por vezes alguns erros.
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Desempenhar as funções de videoárbitro é fácil ou difícil? Stressante ou pacífico? Quais as principais dificuldades que se colocam ao VAR? Perante uma plateia de 17 jornalistas portugueses, estas e outras questões foram ontem dissecadas numa sessão de esclarecimentos organizada pelo Conselho de Arbitragem da FPF, na Cidade do Futebol.
Os profissionais da Comunicação tiveram a oportunidade de se colocarem no papel do VAR durante um jogo, disputado entre duas equipas de atletas do plantel de Sub-23 do Belenenses SAD e apitado por Artur Soares Dias. E o que pode dizer-se é que a confusão rapidamente se instalou. A pressão é elevada no sentido de ser tomada uma decisão rápida para que o jogo não fique parado muito tempo, o que por sua vez gera naturalmente algumas precipitações.
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Mesmo com as imagens a ajudar, o olhar do VAR perde-se por vezes nas observações, enquanto, pelos intercomunicadores, o árbitro pressiona para obter uma decisão ultrarrápida. "Então? É penálti ou não", apressava Soares Dias, propositadamente, para os jornalistas sentirem a pressão. E, perante a indecisão que lhe chegava do outro lado: "Vá lá, os jogadores já estão a reclamar por estarem parados." Não estavam milhares de espetadores nas bancadas nem milhões a assistir pela televisão, mas mesmo assim deu para perceber que a tarefa, parecendo difícil, não é nada fácil. E, ao mesmo tempo, para sentir a necessidade de se ser mais compreensível para a ocorrência de determinados erros. Mesmo com câmaras e repetições a ajudar. Até porque, por vezes, é preciso contar com as ilusões de ótica.
Só em último caso devem agir
Durante um jogo, o VAR só deve chamar a atenção do árbitro caso detete um erro claro da parte deste. "O VAR não está lá para corrigir tudo", esclareceu um dos responsáveis da FPF. "Mínima interferência, máximo benefício", este o princípio fundamental a respeitar pelo VAR, que deve ter presente a questão: "Será que esta decisão do árbitro foi claramente errada?" Apenas nesse caso o árbitro deve ser alertado e aconselhado a mudar a decisão. E só se o VAR tiver dúvidas deve alertar o árbitro para ir ver ele próprio as imagens. Em princípio, o árbitro não vai ver as repetições por iniciativa própria.
Instrutores de categoria internacional
João Pinheiro aconselha os jornalistas nesta experiência com o VAR. Para além dele, também Hugo Miguel, João Capela, Tiago Martins e Artur Soares Dias participaram.
Jornalistas passaram nos testes
Os jornalistas testaram os conhecimentos através de exercícios mediante o visionamento vídeo de alguns exemplos. A maioria ficou aprovada no exame.
Em caso de dúvida, bandeira para baixo
Bertino Miranda explica procedimentos. Por exemplo, em caso de dúvida, os assistentes não devem levantar a bandeira para parar uma jogada por fora de jogo.
Belenenses SAD chamada para ajudar
Para "explicar" o VAR, Artur Soares Dias contou com a ajuda da equipa de Sub-23 da Belenenses SAD, atual décima classificada do Nacional da categoria.