Lançamentos de tochas e artefactos pirotécnicos são os principais motivos das punições que colocam as águias à frente dos rivais: FC Porto pagou quase 23 mil euros e o Sporting pouco mais de oito mil
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A visita do Benfica ao Estádio João Cardoso e a receção ao Moreirense, na jornada anterior, valeram ao Benfica o pagamento de uma avultada quantia, fruto das multas aplicadas pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol às águias por mau comportamento dos seus adeptos: contas feitas aos dois jogos, são 20 mil euros só em infrações devidas a quem esteve nas bancadas. Uma fatia elevada e que vem engrossar, e muito, uma fatura global dos encarnados só nas competições nacionais: 43,6 mil euros é o total dos "custos" imputados à SAD do Benfica pelo lançamento de tochas, petardos ou até expressões verbais ofensivas dos seus adeptos.
O JOGO fez a contabilidade até ao momento e é notório que, dos três grandes, é o Benfica quem mais tem sido prejudicado pelos comportamentos incorretos das suas massas de apoio. Juntos, FC Porto e Sporting nem se aproximam dos valores a pagar pelo rival da Luz: os dragões acumulam quase 23 mil euros (22,7) e os leões ficam-se por 8200.
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Nesta corrida "negativa" do mau comportamento, os adeptos das águias já lideravam antes das duas últimas jornadas da I Liga, mas as infrações frente ao Moreirense e, em particular, na visita a Tondela, fizeram disparar a conta benfiquista. Aqui, neste último caso, no jogo da 10.ª jornada (dia 11 passado), os encarnados reencontraram-se com as vitórias após quatro jogos sem vencerem, mas a festa foi estragada por parte do seu público. O pior momento foi vivido após Jonas (aos 10") ter empatado a partida. O CD aponta para o "arremesso perigoso de objetos com reflexo no jogo" por parte de "adeptos afetos ao Benfica na bancada nascente". É referido que se lançaram "três tochas" as quais provocaram a "interrupção do jogo por cerca de um minuto e 30 segundos". Os objetos foram lançados para o relvado e na direção do guarda-redes Vlachodimos, que se viu obrigado a afastar-se dos seus apoiantes. Já na segunda parte, numa nova infração e que valeu a duplicação da multa anterior, foi atirada "mais uma tocha", esta para a zona onde Cláudio Ramos, guardião da equipa da casa, se encontrava, não sendo, no entanto, atingido. Uma terceira multa nesse jogo derivou da "deflagração de oito engenhos pirotécnicos", segundo relatórios dos delegados da Liga de Clubes e da GNR.
Ameaça de interdição foi travão
No final do mês de agosto, o Benfica viu-se confrontado com um castigo do Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ), com este organismo a aplicar um jogo à porta fechada às águias. A punição, acompanhada de uma multa recorde de 56 250 euros, foi contraposta pelos encarnados com um recurso destinado a reverter a decisão, que está suspensa. O castigo foi uma espécie de travão nos jogos seguintes, frente a Rio Ave, Aves e Chaves, mas voltaram a ocorrer incidentes frente a FC Porto, Moreirense e Tondela.