Adepto do Celtic e porteiro da simpatia: "Todos são bem-vindos"

A entrada do Celtic Park está carregada de história, ou não tivesse as estátuas das principais figuras, uma delas do padre Walfrid. De arquitetura e tamanho de meter respeito, é impossível para quem passa não parar para as mirar. Enquanto se pára, ouve-se uma voz melódica e calorosa: "À direita está o Walfrid. Este clube existe graças a ele". Tommy Kennedy tem 68 anos e histórias para contar, muitas delas relacionadas com o Celtic, clube do coração. E faz questão de as partilhar com quem visita as instalações que ele frequenta desde os oito anos. "Gosto de dar as boas-vindas a quem chega, receber as pessoas de braços abertos. Aqui, são todos bem-vindos. É isso que nos diferencia. Seja católico, protestante, negro ou branco, todos são bem-vindos", diz a O JOGO.

De cachecol e gravata com as cores do Celtic, Tommy é, atualmente, muito mais do que um adepto, já que ajuda a angariar fundos para o clube e academia jovem, através de apostas que os adeptos podem fazer semanalmente nas instalações do Celtic. E, claro, ouvir o nome Rangers é proibido: "Não se diz o nome dessa equipa. É inimiga aqui e, durante anos, não aceitou toda a gente. Não gostamos disso. Disso e da Direção, que não tem andado a gastar bem o dinheiro que tem recebido, no nosso entender. Mas, bom, estamos na Liga Europa, há coisas piores!"

Já com tantos anos de ligação ao clube, Tommy não tem dúvidas em escolher o momento que mais o marcou, curiosamente com ligações a Portugal: a conquista da Taça dos Campeões Europeus, no Estádio Nacional, em 1966/67. "Estava no estádio no dia seguinte, quando eles voltaram. Meu Deus, foi único", acrescenta, enquanto se emociona, antevendo o jogo com o Braga: "Jogamos muito ao ataque. Vai ser um bom jogo e, mesmo que o Celtic perca, não se esperam problemas. Vai ser divertido". Com esta receção, tinha tudo para o ser.