Acusado de corrupção em benefício do Benfica, César Boaventura vai requerer abertura de instrução
O processo a que Carlos Melo Alves se refere, a cujo despacho O JOGO teve acesso - e que revelou na terça-feira - acusa César Boaventura de três crimes de corrupção ativa e um outro de forma tentada em benefício do Benfica.
Corpo do artigo
No mesmo em que foi revelado que o Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto decidiu levar a julgamento César Boaventura no âmbito do processo Operação Malapata, nos "exatos termos da acusação" do Ministério Público (MP), o advogado do empresário de futebol, Carlos Melo Alves, disse à Lusa que "muito provavelmente" vai requerer a abertura de instrução de um outro processo conhecido, em que César Boaventura é acusado de três crimes de corrupção ativa e de um crime de corrupção ativa na forma tentada.
O processo a que Carlos Melo Alves se refere, a cujo despacho O JOGO teve acesso - e que revelou na terça-feira - acusa César Boaventura de três crimes de corrupção ativa e um outro de forma tentada em benefício do Benfica. A conclusão é do Ministério Público.
Em causa, indícios recolhidos de que César Boaventura aliciou ou tentou aliciar os jogadores Marcelo, Cássio e Lionn - então atletas do do Rio Ave - e ainda Salin (na altura guarda-redes do Marítimo), para alterar ou falsear o resultado de jogos, com fim a beneficiar o Benfica na época de 2015/16.
O despacho, a que O JOGO teve acesso, recorda que as abordagens aos jogadores tiveram lugar dias antes do Rio Ave-Benfica, disputado a 24 de abril de 2016 (31ª jornada) e Marítimo-Benfica, realizado a 8 de maio e referente à 33ª jornada.
O mesmo documento acrescenta que o arguido era conhecido como empresário desportivo e mantinha uma relação de confiança e proximidade com Luís Filipe Vieira, na altura presidente do Benfica, e consequentemente com a SAD encarnada.
Refira-se que a SAD do Benfica não pode ser acusada, nem penalizada, pelo facto de César Boaventura não desempenhar qualquer cargo na sociedade encarnada. É certo que, segundo o MP, foi o empresário que abordou os jogadores referidos e para benefício do Benfica, mas o mesmo nunca ocupou uma posição de liderança no clube encarnado. Na prática, as suspeitas que visavam a SAD do Benfica foram arquivadas pelo facto de Boaventura não ter qualquer cargo de liderança.
Uma nota do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) revela que, "segundo a acusação, o arguido abordou quatro jogadores de futebol para, no âmbito de dois jogos referentes à época 2015/2016 da Primeira Liga de Futebol Profissional, a troco de contrapartidas financeiras ou contratuais, terem um desempenho desportivo contrário aos interesses das próprias equipas (Marítimo e Rio Ave), visando beneficiar a equipa adversária (Sport Lisboa e Benfica)".
16087658
16087558