Lúcio Correia, advogado e professor universitário, sublinha que à luz da Lei o pedido de instrução do Sporting no caso em que Boaventura é acusado de corrupção, não produzirá alterações à decisão do MP
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Durante a entrevista de segunda-feira à televisão do clube, Frederico Varandas, presidente do Sporting, confirmou que a SAD leonina irá pedir instrução do caso em que Boaventura é acusado de corrupção.
A intenção do Sporting é em termos penais tentar a acusação da Benfica, SAD, que não foi pronunciada pelo Ministério Público (MP). Lúcio Correia, advogado e professor universitário, explica que "da forma como está a Lei" só se produziriam alterações ao que foi estabelecido pelo MP, se "César Boaventura fosse membro dos órgãos sociais ou seu representante legal. Para além disso, só se os representantes legais ou membros a dos órgãos sociais da Benfica, SAD, estabelecessem com aquele a relação de comitente/comissário, pelo que ficaria provado que o agente agiu em representação daquela SAD, o que não sucedeu ao longo do inquérito".
"O despacho de acusação, acusa apenas o César Boaventura e não a Benfica, SAD. Ainda que não se concorde com o teor da Lei, há que respeitar a mesma e para se alterar este quadro, que deixa sempre dúvidas, só alterando o teor da Lei, o que neste momento não é aplicável. Muito dificilmente, poderá o Benfica ser acusado ao lado de César Boaventura".
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"Deveriam apresentar queixa-crime contra César Boaventura"
Lúcio Correia considera que o Benfica deveria ir mais longe.
"Seria importante que a Benfica, SAD, que esclarecesse os associados e todos os agentes desportivos em questão, apresentando uma queixa-crime contra o próprio César Boaventura de forma a não deixar dúvidas de que não existe qualquer relação entre eles que fossem suscetíveis de causar dúvidas resultantes deste processo, demonstrando assim uma total transparência e afastando indícios de qualquer prática de corrupção ou colaboração entre eles".
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