"Abdiquei de uma boa parte do salário para vir para Portugal e poder ser opção"
O lateral-esquerdo brilhou na segunda metade da época pelo Famalicão e já foi associado a Sporting, Benfica e FC Porto. Está "satisfeito" com o interesse, mas frisa ter contrato com o Wolverhampton
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Saiu de Portugal aos 16 anos para jogar nas escolas do Mónaco e cinco anos depois voltou para se estrear na Liga NOS. Optou pelo Famalicão pelo desejo de ter mais minutos e assegura ter sido "a melhor decisão" que tomou.
"Não tive aquela sensação de "fogo, estava numa equipa a lutar por títulos e vim lutar para não descer" porque vim para jogar, e isso foi o mais importante"
Esta meia época no Famalicão superou as expectativas?
-Não superou, mas foi uma época muito positiva. Consegui o principal objetivo, que era jogar e ter minutos.
Viu a mudança do Olympiacos para o Famalicão como um passo atrás, ao nível competitivo, visto que o Olympiacos lutava para ser campeão da Grécia e o Famalicão, quando assinou, estava em posição de descida?
-Conhecia a equipa do Famalicão e quando soube da possibilidade de assinar por eles passei a acompanhá-la ainda mais. Percebi que não estavam a conseguir os resultados desejados, mas que havia qualidade.
O empréstimo correu-lhe tão bem que tem sido associado ao interesse dos três grandes...
-São três grandes clubes. Tenho visto algumas coisas que me mandam e que me deixam muito satisfeito. Só o facto de estar associado é sinal de que estou a trabalhar bem.
Mas está preparado para poder jogar num deles?
-Penso que sim, que estou pronto. Tenho muita bagagem de Premier League, vários treinadores que me ajudaram bastante, como o Nuno [Espírito Santo], com quem cresci muito, o Ivo Vieira, que também me ajudou bastante, e estou preparado no caso de isso acontecer. Porém, sou jogador do Wolverhampton.
Ivo Vieira disse, a meio da época, que havia grandes clubes interessados em jogadores do Famalicão. O Rúben é um deles?
- Isso não sei. Sou jogador do Wolverhampton até que me digam o contrário. Não sei como vai ser o futuro, mas sei que vai ser bom.
Não lhe fez confusão mudar o chip de um clube que estava na Champions para outro que lutava para não descer?
-Não fui feliz no Olympiacos por diversos motivos. Cheguei lesionado, com uma rotura do [músculo] deltoide, fiz alguns jogos mas nunca consegui estar bem. Tive que parar e tudo ficou mais difícil, daí ter tomado a opção de sair. Foi a melhor decisão que tomei. Não tive aquela sensação de "fogo, estava numa equipa a lutar por títulos e vim lutar para não descer", porque vim para ajudar, para jogar, e isso foi o mais importante.
Ainda foi a tempo de se estrear na Liga dos Campeões...
-Joguei a Champions quando estava lesionado. Queria estar melhor, mas sentia-me debilitado. Espero voltar para jogar ao meu melhor nível.
Porém, também pode ser considerado campeão grego...
-Todos fizeram parte do projeto. O clube mereceu ser campeão, pelo míster Pedro Martins e por todos os que lá trabalham. Eu também joguei, logo sinto-me igualmente um campeão.
"Abdiquei de muito dinheiro pelo Famalicão"
Rúben Vinagre jogou em três clubes esta época, exceção permitida pela UEFA devido aos constrangimentos provocados pela covid-19. Para além de Famalicão e Olympiacos, o lateral-esquerdo chegou a fazer três jogos no Wolverhampton e até começou a época a titular, mas optou por ser emprestado ao Olympiacos. "Fui eu que quis sair porque queria jogar mais. Depois, quando apareceu o Famalicão, tinha outras hipóteses em carteira mas abdiquei de uma boa parte do salário para vir para Portugal e poder ser opção".