Paulo Morgado, antigo guarda-redes do ABC e da Seleção Nacional de andebol, deixa alertas ao filho, que joga nos escalões de formação do Rio Ave.
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"Muitas vezes os pais têm tendência a dizer "no meu tempo..." Eu não digo isso, o que eu digo é que houve um tempo que eu vivi e posso transmitir-lhe a minha experiência como atleta e até como empresário", refere Paulo Morgado.
"O que eu digo, também, é que no desporto, até aos 17 anos, existe o talento, qualquer miúdo que saiba jogar destaca-se seja em que modalidade for, mas a partir dos 17/18 anos o talento transforma-se em sacrifício", continua, dando exemplos: "A nível da alimentação, o facto de ver os amigos a ir para a noite e termos de ficar em casa, trabalhar mais que os outros".
Com muitas épocas de experiência ao mais alto nível, e um palmarés ímpar - oito Campeonatos, oito Taças de Portugal e seis Supertaças - , Paulo conta que "sempre que o Diogo não é convocado, digo-lhe que está a trabalhar pouco e nunca que o problema é do treinador". Diogo, atento, admite. "Às vezes diz-me isso de cabeça quente, mas sim, concordo com ele", assegura.
"O trabalho é o princípio de tudo na vida e aquela mania dos pais ficarem chateados porque o filho não joga e ainda ir cobrar ao treinador não tem pés nem cabeça", alude o antigo andebolista, revelando "o compromisso" que tem com o filho de "nunca deixar os estudos". Para sustentar essa atitude, Paulo já contou a Diogo que "o Rui Almeida, o Rui Rocha ou o Eduardo Filipe são médicos, o Nuno Rêgo é advogado e o Rui Veiga revisor oficial de contas".
Sobre a escolha do futebol, Paulo garante que "nunca impôs nada" e que "sabia que o Diogo tinha feito andebol na escola, mas não era por o pai ter sido jogador de andebol que ele também tinha de ser". "E é engraçado porque até acho que ele tem características para ser guarda-redes, mas deixo-o escolher", prossegue, rindo, sendo interrompido pelo jovem central. "Eu joguei andebol na escola e até tinha jeito, mas era a rematar".
No remate final, Paulo diz que "o Diogo tem de pensar que há quatro anos estava na distrital", revelando: "Sou muito grato ao Pedro Silva da Kool4you, que é agente do Diogo. Ele, conhecendo os nossos valores de família , disse nos logo que o projeto ideal para o Diogo era o Rio Ave e, na verdade, encaixou como uma luva".
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Catarina campeã nacional de danças
Nem só de Paulo e Diogo se faz a família Morgado. Há, desde logo, Sérgio, o irmão que também foi guarda-redes, muitos anos no FC Porto e na Seleção, que tem dois andebolistas: o Francisco, pivô do Santo Tirso, e o Gonçalo, guardião do FC Porto B. Voltando à linha descendente de Paulo, para além de Diogo, tem a Ana Catarina (foto), de 15 anos, campeã nacional de danças latinas e clássicas e vencedora da Taça de Portugal. "A Ana Beatriz, de 20 anos, não enveredou pelo desporto de competição mas levou os valores que lhe permitiram entrar numa das melhores universidades da Europa", diz o pai orgulhoso.
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