Treinador axadrezado atinge marca bonita no próximo jogo com o Tondela (sábado), numa altura em que a equipa sobe claramente de rendimento.
Corpo do artigo
Se calhar poucos treinadores dizem exatamente com a cara do Boavista. Armando Gonçalves Teixeira, Petit para o mundo do futebol, tem a raça do clube portuense, foi ele quem, com grande coragem, se meteu à frente do Boavista no regresso à I Liga, em 2014/15, depois de o clube ter andado no deserto, leia-se divisões inferiores, desde 2008, por via de uma decisão disciplinar, entretanto, alterada.
Começou a carreira de futebolista ainda muito jovem nos boavisteiros (1987) e foi com a camisola axadrezada que terminou a carreira em 2013, assumindo então o cargo de treinador.
Desde aí, não parou. Do Boavista mudou-se para o Tondela e passou, entretanto, pelo Moreirense, Paços de Ferreira, Marítimo e Belenenses, onde esteve as últimas três épocas, até regressar ao clube que o encaminhou no mundo do futebol. Com tudo isto são já 199 os jogos na I Liga como treinador, vai completar 200 no próximo encontro, com o Tondela.
Petit fez 45 anos em setembro, é um treinador jovem, e só Sérgio Conceição o supera em número de jogos na I Liga dos treinadores que estão a trabalhar neste momento. O técnico do FC Porto, também jovem, leva 280 jogos.
É conhecido pela competitividade que injeta nas suas equipas e provavelmente também por isso já vestiu a pele de bombeiro de serviço, salvando equipas da descida. Não é este o caso do Boavista, ou pelo menos não foi nesse contexto que o chamaram, mas a saída de João Pedro Sousa precipitou a entrada do filho pródigo e o Boavista melhorou, sem qualquer dúvida. Desde que chegou, apenas em um jogo (com o Sporting), o Boavista ficou em branco, marcou nos outros quatro que o treinador já dirigiu e num deles (Taça da Liga, com o Braga), marcou cinco golos, algo que já não acontecia num jogo desde 16/11/2014, também para a Taça da Liga, frente ao Oriental.
Em cinco jogos de Petit o Boavista marcou oito golos, numa média 1,6 por jogo; antes dele, a média era de 1,25. Também nos golos sofridos, entre outros itens, a equipa melhorou a média com Petit, tem agora um por jogo quando antes dele tinha 1,7. Números que atestam a aposta ganha que foi contratar Petit, a beneficiar claramente também de conhecer muito bem o clube que o viu nascer para o futebol e alimentado a esperança entre os adeptos de um campeonato tranquilo.