A diferença está no risco: análise às abordagens de Conceição e Amorim aos clássicos
Médias resultantes dos 26 clássicos somados por Sérgio e Amorim na Liga mostram que o FC Porto ataca, remata e acerta mais na baliza do que o Sporting. Além dos duelos entre os rivais de sexta-feira, a análise engloba os desafios com o Benfica e mostra que os leões apostam mais no contra-ataque, pelo que a média de posse de bola é inferior a 50%.
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Uma volta depois de empatarem (1-1) no Estádio José Alvalade, FC Porto e Sporting voltam a medir forças na sexta-feira e o O JOGO procurou perceber o que esperar da postura dos dois rivais com os atuais treinadores.
Analisando as médias por 90 minutos das equipas de Sérgio Conceição e Rúben Amorim nos clássicos do campeonato - incluindo os duelos com o Benfica -, conclui-se que os dragões têm maior tendência para assumir o jogo e atacam mais, uma vez que, segundo os dados do portal "Wyscout", superiorizam-se na média de ataques organizados (26,4 contra 24,8), de remates (11,9 contra 9,5) e nos tiros que saem enquadrados com a baliza (4,2 contra 3,5).
Os leões, por sua vez, têm uma postura mais expectante, como se percebe pelo número de ocasiões em que utilizam o contra-ataque como arma, e fazem mais faltas, discutivelmente por passarem mais tempo na etapa defensiva.
No caso do FC Porto, a amostra inclui os 18 clássicos disputados na Liga desde 2017/18, a primeira época de Sérgio Conceição no comando da equipa. Do lado do Sporting, a análise engloba oito jogos e começa na ponta final da temporada de 2019/20, altura em que Rúben Amorim disputou os primeiros desafios entre grandes ao leme do atual campeão nacional, após a passagem pelo Braga.
Além de atacar mais do que os sportinguistas, na média resultante dos 26 clássicos somados pelos dois treinadores percebe-se que os portistas concederam menos oportunidades aos rivais para alvejarem a baliza e, como consequência disso, têm menor média de golos sofridos do que a formação de Amorim nos embates com os outros "grandes", mostrando uma defesa mais sólida em duelos de exigência máxima.
Refira-se, ainda, a maior apetência do Sporting para despejar o esférico na área: em média, os leões fazem mais 1,1 cruzamentos por clássico. No capítulo da posse de bola, porém, a diferença é residual, mas torna-se importante sublinhar que, aqui, a média do Sporting está abaixo dos 50 por cento.
Se excluirmos os clássicos com o Benfica, o FC Porto também continua a ter vantagem exatamente nos mesmos parâmetros, mas com ligeiras diferenças. Uma das quais reside nos ataques organizados, uma vez que o valor dos dragões desce apenas uma décima (26,3) e o do Sporting cai de 24,8 para os 23,2. O que, por outras palavras, indicia que, nos duelos com o FC Porto, os leões entregam (ainda) mais a iniciativa de jogo ao rival nortenho do que ao vizinho da Segunda Circular.
Por estar há mais anos a orientar o FC Porto, Sérgio Conceição conta com uma experiência muito mais vasta a nível de clássicos no campeonato, mas não só. O treinador dos dragões também é dono de um aproveitamento superior ao do homólogo leonino: em 18 jogos, somou oito vitórias, oito empates e dois desaires, ostentando uma taxa de triunfos a rondar os 44 por cento. Já Amorim, venceu apenas dois em oito, o que se traduz em 25% de vitórias.
Dragão pode ser palco de desempate dos técnicos
O encontro de sexta-feira, da 22.ª jornada, pode assumir contornos decisivos na corrida pelo título e poderá, também, servir para desempatar o confronto direto entre Conceição e Amorim desde que o segundo assumiu o leme do Sporting, em 2020. Em cinco embates entre os dois treinadores, houve uma vitória para cada lado e três empates. O triunfo leonino eliminou o rival da Taça da Liga 2020/21, enquanto o dos dragões confirmou a conquista do campeonato em 2019/20. Se recuarmos aos tempos de Rúben no Braga, a balança pende para o agora técnico dos leões, que venceu por duas vezes os dragões.