"2030 será irrepetível. Não voltará a existir semelhante oportunidade para afirmar Portugal"
Declarações de Fernando Gomes, presidente da FPF, na cerimónia de abertura do Future Stage, o primeiro grande congresso organizado pelo Braga na sua AMCO Arena. Decorre entre esta quarta-feira e amanhã, quinta
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Mundial'2030: "2030 será um ano irrepetível. Temos trabalhado para que nessa data Portugal receba milhares de pessoas que aqui assistiram a jogos do Mundial. Em casa, através da televisão ou de qualquer outro aparelho, o planeta olhará para nós. Não voltará no nosso tempo de vida a existir semelhante oportunidade para afirmar Portugal. O país terá de tratar também da sua parte, sabendo corresponder nas mais diversas áreas, recebendo bem, como sabe fazer e mostrando a qualidade dos seus recursos humanos e naturais, a sua cultura e a sua forma de estar única no mundo."
Evolução: "Em 2011, quando aqui chegamos, tínhamos 13 seleções nacionais. Hoje temos 28. Em 2011, organizávamos 23 provas nacionais. Hoje temos 54. Temos um plano estratégico. E sabemos para onde ir. Quer isto dizer que está tudo bem? Seguramente que não. Mas acredito muito nos dirigentes e nos clubes e na sua capacidade para encontrar caminhos. Os nossos clubes, e mais uma vez saliento o trabalho fantástico do Sp. Braga, mas sabemos que não é o único, têm sabido formar, fazer crescer e vender bem. Isso tem permitido atenuar um pouco a distância para os clubes de outros países, não só com mais população, como com campeonatos internos que se desenvolveram mais depressa e que são hoje vistos e desejados pelo mundo."
Objetivos e investimentos: "Sem um futebol profissional saudável, não haverá capacidade para investir na formação. E sem formação, a médio prazo, os clubes e as seleções sofrerão. Por muito bons que sejam os nossos selecionadores, sem o trabalho da excelência dos clubes, não teremos sucesso. No plano estratégico da Federação Portuguesa de Futebol, de que vos falei, definimos também vários objetivos para as competições profissionais. Recupero aqui dois deles. O tempo útil de jogo e a percentagem da ocupação das bancadas. Há aspetos estruturais que não conseguimos mudar. Portugal será sempre um país mais pequeno do que a Inglaterra e a Alemanha e terá sempre muito menos população que esses países. Mas há outros que só dependem de nós. Nada nos impede de tentar ter o campeonato europeu com maior percentagem de tempo útil. Só depende de nós. Por isso definimos como objetivo até 2030, se jogarmos mais tempo, será mais agradável ver os nossos jogos. Também só depende de nós termos mais pessoas necessárias. Verifiquei com agrado que na época passada a Liga Portugal tentou corresponder ao desafio que lançámos. Estou seguro que o esforço será perdurado. Temos hoje uma Liga estabilizada, a quem os clubes oferecem o apoio praticamente unânime e que tem pela frente os maiores desafios do nosso futebol. Conseguir uma adaptação rápida e eficiente à mudança nas provas europeias. Compreender as alterações no ecossistema audiovisual. E finalmente, fechar a centralização de direitos, entregando aos clubes o volume de receitas prometido."