Sérgio Conceição é o convidado deste sábado do programa "FC Porto em Casa". Fernando Santos, que treinou o líder dos dragões no PAOK, também participou na conversa.
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Fernando Santos sobre Sérgio Conceição: "O Sérgio como jogador era bom. Agora, para aturar: porra! [risos] O Sérgio tem um coração enorme e, depois, tem este mau feitio de querer ganhar sempre, ser o melhor e de competir com todos. Isso acaba por toldar a tomada de decisões e algumas atitudes que, passado um dia, de manhã, o faz pensar o que fez e tal. Toda a vida do Sérgio é marcada por uma luta constante para ser bom homem, pai e marido e que venceu sempre pela coragem e pelo que é como pessoa."
Importância da família: "O mais importante para o Sérgio é a família e isso nunca seria colocado em causa. Isso marca a personalidade dele e a minha relação com ele. Somos parecidos, porque temos mais feitio de manhã e também ninguém pode falar connosco nessa altura."
Treinos no PAOK: "Não treinei o Sérgio no FC Porto, porque cheguei quando ele saiu para a Lázio. O clube tem um grande presidente que, que sabe os momentos em que as coisas têm de ser feitas e esse foi um desses casos. Apanhei-o numa fase difícil, mas com as mesmas características. Quando estive com ele na Grécia, lembro-me que estávamos a treinar e livres e ele estava danado porque um colega fez um ou mais dois golos que ele e ele achava que era preciso meter uma camisola, porque achava que ele ia acertar e o outro não."
Exemplo: "É um exemplo para os colegas, porque teve sempre isso. Ele sempre quis ser o melhor para ajudar a equipa e ganhar coisas. Isso era importante. Marcou quem estava ao lado dele e ajudou os miúdos do PAOK a crescer e a formar o carácter deles. A minha relação com o Sérgio teve momentos difíceis, é verdade, mas teve coisas boas; foi quase como o charuto no final de um jantar. Ele tem mau feito, porque embirra às duas da manhã que quer um charuto e alguém tem de ir buscar. Mas ele marcou-me, estive presente no primeiro grande título dele como treinador, na Bélgica. E dai para cá somos como irmãos."
Conceição como treinador do FC Porto: "Não posso dizer mal senão não bebo o vinho nem fumo o charuto. O presidente do FC Porto é demasiado inteligente como dirigente e como pessoa e sabia bem que a pessoa certa para comandar o FC Porto naquele momento se chamava Sérgio Conceição. Pela paixão pessoal em relação ao trabalho e ao FC Porto, foi trazer a mística que havia quando eu cheguei ao FC porto, mas que quando ele chegou não era a mesma e era preciso reforçar, mas também pelo excelente trabalho que tinha feito nos ouros clubes. O presidente analisa bem o percurso. O que o Sérgio tem feito nestes três anos demonstra que o presidente estava carregadinho de razão. Se alguém é capaz de encarnar o espírito do FC porto é o Sérgio Conceição. Mas isso não chega, claro. É preciso qualidade no trabalho e ter sorte dá muito trabalho. Os milagres existe porque trabalhamos muito para que as nossas equipas possam ganhar e, depois, a sorte pode ajudar um bocadinho. O Sérgio Conceição encarna o que o FC Porto precisava, com o espírito ganhador que tem e com o espírito do clube. Não digo isso por ser amigo dele até porque não digo aquilo que não penso."