Fernando Gomes e o Empréstimo Obrigacionista: "O maior subscritor nada tinha a ver com o FC Porto..."
Declarações de Fernando Gomes, administrador da SAD do FC Porto, sobre o empréstimo obrigacionista
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O recurso ao Empréstimo Obrigacionista é recorrente no FC Porto, é o 12º. Há longos anos que lançamos estas operaçoes de recurso ao financiamento que normalmente é feito por pequenos investidores que ajudam o FC Porto a suportar os seus problemas financeiros durante toda a época, uma vez que a transação de jogadores é indispensável para o equilíbrio financeiro e económico do FC Porto. E isso acontece só com mais peso na janela do verão. Entretanto, temos necessidade de nos financiarmos", afirmou esta sexta-feira, Fernando Gomes, administrador da SAD do FC Porto.
Recorde-se que o FC Porto anunciou,na terça-feira, o lançamento de um empréstimo obrigacionista com um montante global inicial de até 40 milhões de euros (M€), que pode ser aumentado por opção da SAD até 31 de maio, inclusive.
"Neste caso, o empréstimo que vai ser agora lançado na segunda-feira, durante cerca de duas semanas vai estar aberto ao público, vai substituir o outro empréstimo que se vencerá em novembro deste ano. Este empréstimo é bastante atrativo, a taxa de juro 6,25%, está acima do que é normal no mercado. Os certificados de aforro e que têm uma procura tremenda têm uma taxa de 3,25%", acrescentou.
Acontece que este Empréstimo Obrigacionista vai ser permitido trocar obrigações que já tenha no empréstimo anterior por obrigações deste empréstimo. O que se ganha ao trocar? Ganha desde logo uma melhoria de taxa, tem a possibilidade de trocar um empréstimo de 4,75% por obrigações que lhe vão render 6,25%.", explicou ainda Fernando Gomes.
A taxa de juro é fixa e de 6,25 por cento para as obrigações por três anos (2023-2026). A oferta, segundo a informação prestada pelos azuis e brancos, decorre entre as 8h30 de 22 de maio e as 15h00 do dia 2 de junho.
O preço de subscrição por obrigação é de 5 euros, com um investimento mínimo de 2500 euros (valor correspondente a 500 obrigações).
"É expectável que metade deste valor de 40 milhões possa ser para substituir as obrigações que vencem em novembro. O que fizermos em termos financeiros pagará o resto do empréstimo. Este que agora se faz a 6,25% será para pagar integralmente o que vence em novembro de 2023. Se quiserem trocar, trocam e ganham um acréscimo, se não quiserem, chegarão a novembro e receberão", disse ainda.
"São pequenos investidores, não há grande instituições financeiras que venha aqui procurar tomar conta do empréstimo. São pequenos investidores que muito respeitamos. Pode pensar-se que são os sócios que vão subscrever e não é verdade. A grande maioria não é sócia nem é do FC Porto. Lembro que no último empréstimo que liquidámos um casal de imigrantes foi o maior subscritor num balcão de Montalegre e não têm nada a ver com o FC Porto. Achei uma situação tão simpática que até falei com eles", recordou, Fernando Gomes.
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"Depois de fechada a colocação é que fazemos uma análise. O que conta é que o FC Porto assumirá perante todos os investidores a responsabilidade de cumprir as suas obrigações. É possível que haja um alargamento dos 40 milhões de euros. Se a procura for muito grande, podemos prolongar até aos 50 milhões, conseguindo um reforço adicional da tesouraria para o início da época. Como sabemos, neste início da época temos bem, bem, bem que dispender de meios financeiros. É muito importante para a saúde financeira para não ter um esforço adicional para pagar o empréstimo que vence em novembro", concluiu.