Rui Barros queria jogar no FC Porto: "Também compreendia, com a minha altura, magrinho..."
Rui Barros, com larga carreira no FC Porto - como jogador e treinador - respondeu a perguntas de Maniche no programa do Porto Canal, Hora dos Craques
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Apelidos: "Não levava a mal, pela minha altura e velocidade, iam buscar o Rato Mickey, Speedy González, em Itália era Formiga Atómica. Era giro. Achava piada. Nada de ofensa. Era mais um carinho que tinham por mim".
Vergonha de Artur Jorge: "Medo não, porque era nosso treinador. Mas era um pai, uma autoridade. Olhava para o Artur Jorge, principalmente no FC Porto, porque saio dos juniores e sou integrado no plantel principal. Foi na altura do rebaixamento do relvado das Antes e nós treinávamos nas antas. Foi em 85 ou 86. Na Maia, tinha um corredor muito grande e ele equipava-se no balneário ao fundo. Quando saía e eu estava no corredor, tinha mesmo de fugir; não conseguia enfrentá-lo. Era respeito, porque sentia uma presença enorme. Também não sou muito de falar, sou muito tímido. Então, mais valia esconder-me e demonstrar dentro do campo".
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Testes no FC Porto: "Na altura só queria jogar futebol. Era a minha paixão. Vivo a 22 quilómetros daqui, mas era muito difícil vir cá treinar. Nos meus 14/15 anos havia as captações e vim cá. Vim eu e um colega meu, o Moreira, três ou quatro vezes todos os anos e nunca ficávamos. Também compreendia, com a minha altura, magrinho, havia para aí uns 200 a treinar e nunca ficávamos. Na altura disse, não vou mais. Desiludido? Um bocadinho".
Balneário com campeões europeus: "Aqueles oito dias em que treinava até ser emprestado eram assustadores. Parecia que estava noutro mundo, a jogar com campeões de Portugal. Entrava no autocarro ou no balneário e já sabíamos onde cada um se sentava, onde estavam".
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