António Ferreira de Cima, advogado de 58 anos, foi ouvido esta quinta-feira em nova sessão do julgamento do processo Football Leaks.
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Decorreu esta quinta-feira, no Campus de Justiça, a 35.ª sessão do julgamento do processo Football Leaks, em que foram ouvidas testemunhas de Aníbal Pinto, ex-advogado de Rui Pinto e um dos arguidos.
Depois dos depoimentos de Cátia Pinto e Sofia Gandra, filha adotiva e companheira de Aníbal, respetivamente, foi a vez de António Ferreira de Cima, advogado de 58 anos. O causídico frisou que conhece Aníbal Pinto "há meia-dúzia de anos, em termos profissionais", e, em resposta às questões colocadas em tribunal, vincou as diferenças entre a vida profissional e a vida pessoal de um advogado.
"Somos muito protetores do segredo profissional, esta dimensão deontológica advém do próprio código
de deontologia dos advogados europeus. Temos essa dimensão muito enraizada, só em situações muito extremas é que um advogado pode fazer isso", explicou, quando questionado sobre a ação a tomar quando é claro que um cliente comete um crime.
Outra questão colocada referia-se diretamente à linha que separa a dimensão profissional e pessoal de um causídico: "Um advogado pode despir a pele de advogado consoante conveniência?" António Ferreira de Cima respondeu de forma taxativa: "Quando durmo com a minha mulher não sou advogado."
O depoimento do advogado levantou ainda alguma exaltação por parte de João Costa Andrade, representante da ordem dos advogados na sessão, por entender que António Ferreira de Cima estava a falar de situações de jurisprudência, "como se estivesse em tribunal a falar como perito em direito". A situação ficou sanada pouco depois, com um pedido de desculpas por parte de João Costa Andrade.