Football Leaks: Carlos Cabreiro lança duras críticas à atuação de inspetora da PJ
Coordenador da Unidade de Cibercrime apontou críticas profundas a uma antiga colega de trabalho naquele organismo.
Corpo do artigo
Coordenador da Unidade de Cibercrime da Policia Judiciária, Carlos Cabreiro, descredibilizou esta manhã, na 35.ª sessão do julgamento do Football Leaks, o depoimento efetuado anteriormente por Aida Teixeira, que há data dos factos era inspetora da mesma unidade da PJ.
"Não consigo analisar a motivação da senhora inspetora. Nunca tinha visto uma atuação deste tipo. Pouco profissional, no mínimo", disse, referindo-se ao facto de Aida Freitas ter assinado sem ler o relatório de diligência externa relativo ao encontro na área de serviço entre Nélio Lucas, Pedro Henriques (advogado da Doyen) e Aníbal Pinto (advogado de Rui Pinto).
Quando lhe perguntaram, a seguir, porque teria Aida Freitas assinado o documento sem o ler, Cabreiro respondeu: "Não consigo perceber a motivação dela. Não é comum. Em 29 anos nunca tinha visto um episódio desta natureza."
Carlos Cabreiro explicou depois os motivos que levaram Aida Freitas a sair da unidade de cibercrime. "Mudou para a área do combate à corrupção, por volta de 2018, para algo relacionado com moeda falsa, creio eu. Foi a pedido dela, mas houve alguma tensão com as chefias e creio que isso é que motivou a saída dela", disse, afirmando que as tensões foram "com o inspetor-chefe e com outro inspetor".
"Estava a tornar-se insustentável o grupo de trabalho", concluiu.
A próxima sessão do julgamento terá lugar na próxima quarta-feira, dia 21, com a audição de Jake Hockley, testemunha da Doyen. No dia a seguir serão ouvidas as primeiras testemunhas de Rui Pinto