Carlos Carvalhal e Bruno Lage descodificados

A periodização tática, as ideias de Bruno Lage, a ciência do treino, compreender alguma coisa do Rio Ave e do Benfica atuais: Carlos Carvalhal explicou isso tudo há seis anos, auxiliado pelo atual treinador dos lisboetas e por João Mário Oliveira, num livro organizado como um trabalho académico e fácil de entender (apesar do título a puxar para o filosófico), que ajuda a perceber o papel do futebol português no mundo nestas últimas duas décadas, sem muito relacionado com uma escola bastante particular, entretanto debatida em campeonatos tão díspares como a França ou o Brasil.

Há uma descodificação sucinta dessa criatura mitológica [a periodização] saída da cabeça do professor Vítor Frade, na faculdade de desporto da Universidade do Porto, e marcante nos triunfos de José Mourinho pelos portistas em 2003 e 2004, mas sobretudo muitos exercícios práticos, ilustrados e devidamente enquadrados, sempre com o cuidado de explicar o objetivo de cada. O trabalho teve como base, em parte, a passagem de Carvalhal e respetiva equipa técnica pelo Besiktas, da Turquia, em 2010-11.

É quase um receituário, um manual prático, de uma ideia de jogo facilmente reconhecível e que se torna ainda mais fácil de ler depois de se entenderem as origens, no campo de treinos, e a teoria por trás dos movimentos. No global, podemos chamar-lhe um evangelho, ainda que Carvalhal sublinhe a sua abertura de espírito: "Dizer que uma [ideia] é melhor do que a outra também não é nossa intenção."

O livro está disponível por encomenda online.