As eleições presidenciais nos EUA são decididas pelos votos no Colégio Eleitoral, constituído por 538 "grandes eleitores" ou delegados dos 50 estados norte-americanos, que são obrigados a dar o voto no candidato mais escolhido pelos cidadãos locais no ato eleitoral.
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Dois dias depois das eleições, sem certezas sobre quem será o Presidente dos próximos quatro anos e com protestos nas ruas, a nova-iorquina Betty Greenfield considera à Lusa que falta um guia para os "Estados Unidos da Ansiedade".
A noite das eleições, na última terça-feira, 03 de novembro, há muito esperada, correu com normalidade em Nova Iorque e na maior parte dos Estados Unidos, mas os progressos lentos nos resultados e os processos judiciais iniciados por Donald Trump em algumas partes do país contra a contagem de votos, criaram nos norte-americanos um ponto de tensão, com a exigência de "contar todos os votos".
"É impossível fugir às notícias sobre a política, sobre as eleições. Sendo assim, preferia que tivéssemos uma liderança clara, para guiar-nos. Mas parece que já não temos Presidente, nem Donald Trump está a aproveitar a oportunidade para ser um líder, o que ele faz são só ameaças e queixas", diz à Lusa Betty Greenfield.
"Já vivemos bem durante presidências republicanas e democratas, mas agora estamos a atingir um extremo"
Com "nenhuma promessa de um futuro melhor", Betty acrescenta: "deviam chamar-nos Estados Unidos da Ansiedade".
Os protestos calmos de quarta-feira transformaram-se, mais uma vez, em conflitos entre manifestantes e polícia, com cerca de 60 detenções em Nova Iorque.
Para Martha Jones, uma manifestante que participou numa marcha na cidade, "é simples" de explicar que, apesar de "tentar atingir um objetivo comum" de passar uma mensagem aos governos local e federal, um ajuntamento pacífico de um grande número de pessoas resulta em "falta de cooperação entre autoridades de segurança e manifestantes".
"Basta uma pessoa para agitar e sair dos limites do bom senso para provocar todo o tipo de reações adversas", considera Martha.
"As fotografias e vídeos e "insta stories" [publicações na rede social Instagram] de momentos maus não retratam aquilo que a manifestação era para ser", lamenta a estudante de medicina, que se retirou do protesto antes de haver violência.
Várias cidades dos Estados Unidos, como Nova Iorque, Filadélfia (no Estado de Pensilvânia), Chicago (em Illinois), Los Angeles (na Califórnia), Portland (em Oregon), Minneapolis (em Minnesota), foram palcos de manifestações contra intervenções do Presidente Donald Trump no processo de contagem de votos. "Contem todos os votos", pediam os manifestantes.
Segundo o jornal The New York Times, nas cidades de Phoenix e Detroit grupos de centenas de pessoas saíram às ruas para defender as alegações de Donald Trump, exigindo o contrário: "Parem a contagem".
Harry Lars, um nova-iorquino de 38 anos, descreve à Lusa que "os Estados Unidos são tudo menos unidos".
Um cidadão sem afiliação política, que não quis revelar o seu voto, diz que "o povo estaria disposto a trabalhar com um Presidente republicano ou democrata, desde que prestasse atenção e ouvisse as reais necessidades do povo".
"Já vivemos bem durante presidências republicanas e democratas, mas agora estamos a atingir um extremo", concluiu.
As projeções mais recentes sobre os resultados, que não têm conclusões sobre vários Estados, dão uma vantagem clara ao candidato democrata Joe Biden na corrida aos 270 votos mínimos necessários do Colégio Eleitoral para um Presidente eleito.
Segundo as projeções Biden já tem garantidos 264 votos do Colégio Eleitoral contra 214 de Donald Trump.
As eleições presidenciais nos EUA são decididas pelos votos no Colégio Eleitoral, constituído por 538 "grandes eleitores" ou delegados dos 50 estados norte-americanos, que são obrigados a dar o voto no candidato mais escolhido pelos cidadãos locais no ato eleitoral.
Cada Estado tem um número diferente de delegados no Colégio Eleitoral, dependente da dimensão populacional. O resultado final está longe, enquanto ainda faltam a chegada de todos os votos postais e a as contagens da totalidade de votos em vários Estados.