A centrocampista de 28 anos, considerada pelo Jornal O JOGO como a melhor jogadora em campo, falou na Conferência de Imprensa a seguir à vitória expressiva diante da Islândia, que possibilitou o apuramento da Seleção Nacional de futebol feminino para o play-off intercontinental de acesso ao Campeonato do Mundo do próximo ano.
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Tatiana Pinto, principal destaque de Portugal no triunfo sobre a Islândia (4-1, após prolongamento), foi à habitual Conferência de Imprensa de rescaldo ao jogo.
A médio, que cumpriu a sua 94ª internacionalização A, começou por falar sobre os fatores que fizeram a diferença no desfecho da partida. "Quando sofremos um golo, nunca nos deixamos ir abaixo, todas nos apoiamos umas às outras e conseguimos dar sempre a volta. Essa tem sido uma das nossas grandes vantagens nos últimos tempos. Sabíamos que a Islândia era uma equipa muito física e muito vertical, aspetos que nos iriam custar bastante. Mas, por outro lado, também sabíamos que o nosso jogo associativo, de pé para pé, lhes podia provocar muito dano e foi isso que fizemos", apontou.
Questionada sobre se no prolongamento pairava, no pensamento das jogadoras portuguesas, a necessidade de fazer mais golos para o cenário ser mais positivo no caso de uma vitória da Escócia num dos outros jogos do play-off europeu (algo que não veio a acontecer, uma vez que as escocesas perderam por 0-1, diante da República da Irlanda), a atleta do Levante, de Espanha, frisou que o resultado para Portugal ainda podia ter sido mais dilatado. "Aquilo que pairava era muito espaço entre linhas quando nós recuperávamos a bola. E, como esse é um ponto forte da nossa equipa, nós tínhamos vontade, ainda tínhamos pernas e aproveitámos as oportunidades que surgiram. E não foram mais um ou dois porque tivemos um bocadinho de azar", salientou.
Autora do terceiro golo da Seleção Nacional no desafio, tento esse que, praticamente, selou a vitória lusa, Tatiana, sempre bem-disposta, teve uma resposta curiosa acerca do que sentiu nesse momento. "Senti um enorme apoio de todos os adeptos, foi incrível ver o estádio quase cheio. Quando marquei, senti toda a gente em cima de mim, quase nem conseguia respirar. Portanto, foi isso que eu senti, falta de ar e cãibras também (risos)", confessou.
A centrocampista, de 28 anos, abordou ainda a fase de apuramento histórica por parte da equipa das Quinas. "Isto é fruto do trabalho que temos vindo a fazer, pouco a pouco, ao longo destes anos. Para as pessoas que não estão muito atentas, tem sido um longo caminho. Estamos cada vez mais próximas do patamar e do nível onde queremos estar. Pretendemos marcar presença nas fases finais de Europeus e Mundiais de forma constante", realçou.
Para terminar, a jogadora natural de Oliveira do Bairro destacou todo o grupo de trabalho e sublinhou que ainda há mais por conquistar. "Estou muito contente por ter ajudado a equipa com um golo, mas todas as minhas colegas, mesmo aquelas que não jogaram, foram importantes. Somos um grupo muito unido. Pessoalmente, é espetacular sentir que estou a fazer parte de algo bonito no futebol feminino português e que todas nós podemos inspirar as futuras gerações. Queremos fazer ainda mais história, é esse o nosso caminho", rematou.
Além do golo que marcou, Tatiana Pinto fez uma exibição que roçou a perfeição. Esteve em todo o lado, imprimiu o dinamismo adequado à circulação de bola e ainda assistiu Kika Nazarteh para o quarto tento da formação orientada por Francisco Neto.
Em fevereiro do próximo ano, a turma lusa tentará, pela primeira vez, apurar-se para a fase final de um Campeonato do Mundo, através de um play-off intercontinental, que se disputará na Nova Zelândia. Como é a seleção com melhor ranking das 10 que vão participar nesse mini-torneio (que decide as últimas três vagas para o Mundial), Portugal será cabeça de série do grupo A, podendo defrontar Tailândia, Paraguai, Haiti, Panamá, Camarões ou Senegal. O sorteio é já na sexta-feira, dia 14.