Esta temporada, a equipa soma nove triunfos e dois empates em 11 jogos.
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Nuno Painço, presidente da Racing Power Football Club, emblema setubalense também conhecido por RP FC, destapou o véu a O JOGO acerca do projeto que tem deixado água na boca nos amantes de futebol. Em apenas dois anos meio, a RP levantou o troféu da III Divisão, é altamente competitiva e, esta época, está nos quartos de final da Taça de Portugal e encaminhada para atingir a subida à Liga BPI.
De que forma é que o projeto da Racing Power FC veio agitar o futebol feminino nacional?
-Não foi nada fácil iniciar um projeto de raiz. Os investidores lançaram o desafio de criarmos o nosso próprio clube e foi o que fizemos; começámos a trabalhar e os resultados estão à vista. Se estamos contentes com os mesmos? Não, não estamos. Já devíamos estar na Liga BPI. Espero que tenhamos agitado pela positiva. Não viemos para fazer frente a nenhum projeto e queremos fazer o nosso caminho, que passa por conceber equipas vencedoras, capazes de ganhar títulos.
Enquanto presidente, o Nuno Painço nunca fugiu às responsabilidades e sempre assumiu que a Racing Power FC foi desenhada para galgar terreno no futebol feminino. Como tem sido o caminho até agora?
-As metas e os objetivos têm de ser sempre altos num projeto desta envergadura e não fugimos das nossas responsabilidades. Fazemos, este ano, três anos de existência, fomos campeões da III Divisão Nacional no nosso primeiro ano. Não fujo das minhas responsabilidades e assumo que a época transata foi uma desilusão. O projeto estava delineado para que, na terceira época, estivéssemos na Liga BPI. Os projetos do futebol feminino só têm pernas para andar se conseguirmos encontrar investidores e patrocinadores que tenham sempre em mente que o único retorno, neste momento do investimento, são títulos.
Esta temporada, a RP ainda não perdeu, terminou a primeira fase da II Divisão em primeiro lugar e irá disputar a fase de subida à Liga BPI. A época está a decorrer dentro das expectativas?
-Até agora, nada daquilo que estava planeado saiu do rumo desejado. No campeonato, fizemos a nossa obrigação, que era terminar a primeira fase em primeiro lugar. Na Taça de Portugal fazemos o nosso caminho conforme nos vão deixando. É como diz o nosso treinador, não ganhámos nada. No fim é que se faz o balanço.
Já são conhecidas as equipas que vão disputar a próxima fase. O grupo está consciente das responsabilidades que vai encontrar?
-Assumimos sempre a nossa responsabilidade, que passa por sermos candidatos em todas as provas em que estamos envolvidos. Sabemos que as equipas B vêm desvirtuar o que é a competição, mas nós, clubes pequenos, não temos voz na Federação Portuguesa de Futebol para contestar a aberração que é este campeonato.
A Racing Power tem construído plantéis muito fortes e recruta muitas jogadoras da Liga BPI. De que modo persuade as atletas de uma divisão superior a assinar pelo clube?
-São as condições que oferecemos às atletas. Cada vez mais, as jogadoras são mais exigentes nas condições que apresentam aos clubes, e estão no seu direito. Mas também sei que tendo o míster João Marques torna-se mais fácil convencer atletas com experiência.
Considera que o projeto ficou mais forte com a vinda de João Marques, um treinador com créditos firmados?
-Os projetos tornam-se fortes com as pessoas que estão à volta do mesmo. Desde o início que temos tido treinadores que nos possam trazer experiência e sucesso. No primeiro ano, tivemos um treinador jovem, com sangue na guelra e fomos campeões nacionais. Na segunda época, tivemos um dos treinadores mais consagrados do futebol feminino, o Prof. Nuno Cristóvão, tal como a treinadora Cláudia, e morremos na praia. Este ano, voltámos a apostar forte com um treinador conceituado e que trabalha até ao limite.
Até onde tenciona chegar no leme da Racing Power FC?
-Tenho um grande objetivo pessoal que é ser campeão nas três divisões e ganhar a Taça de Portugal, mas cada coisa no seu lugar , quem investe quer títulos e é isso que temos de procurar. Este ano, quero que a RP seja campeã nacional da segunda divisão.
Qual é o próximo passo?
-O próximo passo será ter infraestruturas nossas. Aqui não falta ambição, mentalidade vencedora, trabalho, dedicação e amor.
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