Mariana Couto, defesa de 25 anos do Clube Albergaria, aborda a preparação intensa do grupo aveirense para esta reta final decisiva
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O Clube Albergaria está a lutar com todas as forças para assegurar a permanência direta na Liga BPI e, atualmente, detém uma vantagem de três pontos sobre o Famalicão, que ocupa o lugar de play-off. A duas jornadas do término da Liga BPI, Mariana Couto, defesa de 25 anos da equipa aveirense, aborda esta reta final decisiva e garante que o grupo está “unido” para alcançar a meta.
Na última jornada da Liga BPI, o Clube Albergaria conseguiu pontuar frente ao Racing Power, a equipa sensação da temporada. Esse resultado deu-vos confiança?
-Sem dúvida. Enfrentar uma equipa tão competitiva como o Racing Power e conseguir pontuar mostra a nossa capacidade de superação. Apesar das adversidades que enfrentamos ao longo da temporada, este jogo provou que estamos unidas e demarcadas a alcançar o nosso objetivo. Isso só reforça a nossa convicção de que podemos enfrentar qualquer desafio.
Nestas últimas duas jornadas, recebem o Torreense e, depois, deslocam-se ao reduto do Famalicão, adversário direto nesta luta pela permanência. Encaram estes jogos como duas finais?
-Vamos encarar estes dois jogos com muita seriedade e responsabilidade. São decisivos para garantir a permanência na Liga BPI. Tanto o Torreense quanto o Famalicão serão adversários difíceis, e sabemos que teremos de estar no nosso melhor para conquistar os três pontos. Estamos cientes da importância destes jogos.
Como tem sido a vossa preparação?
-Como é habitual, estudamos cuidadosamente a equipa adversária. Além disso, dedicamos especial atenção aos nossos pontos fortes, para estarmos totalmente preparadas para o que se avizinha. Estamos a trabalhar muito para garantir que chegamos a estes jogos na melhor forma possível.
A Mariana sente que, apesar de dependerem apenas do vosso desempenho, o grupo está a lidar com nervosismo e pressão nesta fase?
-Queremos surpreender pela positiva. O que eu sinto é que nos mantemos muito unidas. Temos um grupo muito coeso e estamos a remar todas na mesma direção.
O Clube Albergaria tinha capacidade para fazer mais e melhor?
-Tem sido uma época atribulada para o clube, com a mudança da equipa técnica numa fase complicada. No entanto, a equipa mostrou-se sempre muito unida e fomos crescendo ao longo da temporada.
Acredita que esta edição da Liga BPI é uma das mais fortes de sempre? São cada vez mais as jogadoras de alto calibre que escolhem Portugal para prosseguir carreira.
-Sem dúvida. Ao longo dos anos, a Liga BPI tem crescido consideravelmente, tornando-se cada vez mais competitiva. Os resultados têm sido cada vez mais surpreendentes, o que indica o elevado nível de competitividade entre as equipas.
Quais foram as atletas mais difíceis de defrontar esta época?
-Temos enfrentado jogadoras cada vez mais completas. No entanto, não vejo essa dificuldade como algo individual, mas sim como um desafio coletivo. Na minha opinião, o Benfica foi a equipa que causou mais dificuldades.
A Mariana já tinha representado o Clube Albergaria em 2021, porém passou pelo Braga e Famalicão antes de, esta época, regressar a Albergaria-a-Velha. O clube “chamou” por si?
-Precisava de ter mais minutos de jogo e desde o início o Clube Albergaria demonstrou total confiança no meu trabalho dentro e fora do campo. É um clube histórico no futebol feminino e fui muito feliz na minha primeira passagem por aqui.
Um regresso feliz, pois a nível individual regista 24 jogos e um golo, o que representa a época em que mais jogos disputou em toda a carreira.
-Estou a atravessar uma fase muito boa. Sinto-me realizada por estar a ter as minhas oportunidades em campo e por poder contribuir para a equipa. É gratificante ver que o Clube Albergaria confia no meu trabalho e vou continuar a dar o meu melhor.
Influenciada pelo pai e pelo irmão, que joga nos sub-17 do Benfica
Desde os primeiros passos, Mariana Couto encontrou no futebol a verdadeira paixão. Num ambiente familiar onde o desporto sempre teve um papel relevante, Mariana e o irmão, Francisco Couto, jogador dos sub-17 do Benfica, partilharam desde cedo uma ligação especial com o mundo desportivo. “Cheguei a praticar vários desportos que ajudaram na minha evolução e no meu crescimento, mas foi o futebol que mais alimentou o meu interesse e onde me sinto mais feliz. Eu e o meu irmão crescemos juntos, sempre incentivados pelo nosso pai. Partilhamos o gosto pelo futebol, somos críticos um do outro e as vitórias de um são as vitórias do outro”, afirma a defesa a O JOGO.