"Ilha da Madeira é maravilhosa, um lugar lindo para viver e trabalhar"

Gabriela Zidoi
Gabriela Zidoi, de 25 anos, regressou esta época a Portugal e escolheu a Madeira para prosseguir carreira, uma escolha "muito fácil"
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Aos 25 anos, Gabriela Zidoi regressou a Portugal, depois de dois anos no Brasil. A defesa brasileira, que teve passagens por Fófó, Atlético, Condeixa e Ouriense, escolheu o Marítimo para dar continuidade à carreira. Apesar de a formação maritimista atravessar uma fase menos positiva, Zidoi mostra-se confiante e determinada a inverter a situação. Com nove jogos e dois golos marcados até ao momento, a brasileira fala a O JOGO com franqueza sobre os desafios, a adaptação e a ambição de colocar o Marítimo de novo no caminho certo.
Depois de dois anos no Brasil, decidiu regressar esta época a Portugal. O que a levou a escolher o Marítimo?
Sei da grandeza do Marítimo, por isso, não foi uma decisão difícil, foi muito fácil. Fiquei muito contente quando me propuseram integrar este projeto. Além disso, os meus pais já vivem cá há algum tempo, o que facilitou e tornou a decisão ainda mais natural.
Como tem sido viver e trabalhar na Madeira?
A ilha da Madeira é maravilhosa, um lugar lindo para viver e trabalhar. Ter este ambiente faz uma grande diferença, sobretudo quando enfrentamos momentos mais complicados dentro de campo.
Desde a sua última passagem por Portugal, sente que o futebol feminino evoluiu?
Sim, é evidente a evolução, mas ainda existem aspetos essenciais a melhorar. Há pormenores que precisam de atenção para altear ainda mais o nível do campeonato.
Falando do grupo, como analisa globalmente a temporada do Marítimo até agora?
Precisamos de ser realistas, não estamos no nosso melhor momento. Mas estamos a trabalhar muito. Há confiança e consciência de que, juntas, vamos superar esta fase e colocar o Marítimo no lugar a que pertence, que é o topo da tabela. É um processo passo a passo; agora o foco é continuar a trabalhar sem olhar para trás, e sim para o que podemos conquistar.
A equipa ocupa atualmente o último lugar da Liga BPI, com quatro pontos. Na sua perspetiva, o que tem faltado para transformar boas exibições em resultados positivos?
Precisamos de dar mais. Como equipa, precisamos evoluir de forma global. No fundo, trata-se de entregarmo-nos ainda mais. Quando praticarmos de forma consistente aquilo que treinamos, a coerência e os bons resultados surgirão naturalmente. Tenho plena confiança que, enquanto grupo, vamos conseguir atingir esse objetivo.
O plantel tem muitas jogadoras novas e mudanças frequentes. Isso dificulta o entrosamento?
Pode ser um dos fatores. No futebol feminino, há muitas alterações de época para época, inclusive no plantel. Mas o nosso grupo é unido e trabalhador. Cada jogadora, da mais nova à mais experiente, tem algo a aprender e a contribuir.
Quais têm sido os maiores obstáculos desta temporada? Táticos, físicos, mentais ou estruturais?
Não acho que seja produtivo apontar apenas dificuldades. O que nos resta é esquecer as derrotas, analisar os erros de forma construtiva e trabalhar para melhorar. Confiamos no treinador e no nosso processo. Os resultados virão.
O vosso último jogo foi uma vitória por 4-0 frente ao Aldeia Nova, para a Taça de Portugal. Foi um alívio e encarado como um ponto de viragem?
Sem dúvida que nos deu uma sensação boa, mas sabemos que ainda há muito trabalho pela frente. Vamos usar este resultado como motivação para continuarmos a crescer e alcançar os nossos objetivos.
O treinador Luís Gabriel tem reforçado a confiança na equipa. Que tipo de mensagem vos transmite num momento tão desafiante?
Confiamos nele e acreditamos plenamente no que nos apresenta. O mais importante é continuarmos a acreditar. Ele conhece bem o potencial que temos enquanto equipa, e é exatamente por isso que digo e volto a repetir: vamos continuar a trabalhar, com a certeza de que, juntas, vamos superar este momento.
Individualmente, soma nove jogos e marcou dois golos. Considera que está a atravessar uma época sólida?
Estou a sentir-me bem, e a equipa e o treinador passam-me confiança, mas já tive momentos melhores individualmente. Para mim, o que conta é a equipa. Trocaria estes golos por vitórias do Marítimo, sem hesitar. Ainda há muito para dar, tanto individualmente como coletivamente.
Sendo uma das jogadoras mais experientes do grupo, sente uma responsabilidade acrescida na liderança e na gestão emocional dentro de campo?
Esforço-me sempre por ajudar o grupo, seja apoiando as mais novas, a escutar e a aconselhar colegas, ou mesmo dialogando com o treinador. O foco é melhorar individualmente, mas também, e sobretudo, crescermos enquanto equipa.
Permanência é o principal foco
Apesar da posição complicada na Liga BPI, Gabriela Zidoi garante que a confiança no balneário permanece intacta e a equipa ainda tem tudo para alcançar os objetivos esta temporada. "Claro que a permanência é totalmente possível, e é o nosso objetivo principal. Ainda há muitas jornadas pela frente e o nosso grupo é muito forte. O mais importante, agora, é deixar para trás o que já passou, aprender com os erros e trabalhar com foco total nas próximas partidas. Sabemos do nosso potencial e, se continuarmos a dar o nosso máximo, juntas, vamos colher os frutos do esforço que estamos a plantar e colocar o Marítimo no lugar a que pertence", garante a defesa brasileira.
