A médio regressou ao Braga e vive um dos melhores momentos da carreira, de bem com a baliza. A jogadora de 25 anos é a goleadora-mor das arsenalistas com quatro golos em oito jogos. Em conversa com O JOGO, fala da evolução da equipa minhota e do papel no esquema arsenalista.
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Regressou a uma casa que conhece bem e voltou em grande. Cris Vieira reencontrou o Braga e rapidamente se tornou numa das referências. A médio, de 25 anos, vive um grande momento, é a melhor marcadora da equipa com quatro golos em oito jogos e respira confiança. Em conversa com O JOGO, Cris fala sobre o reencontro com o clube minhoto, o impacto de Marwin Bolz e a ambição de continuar a crescer.
Voltou ao Braga esta época, depois de uma primeira passagem entre 2017 e 2019. O que a motivou a regressar?
-Foi uma decisão fácil. É um clube com o qual sempre me identifiquei e voltar a vestir esta camisola é um orgulho enorme. Estou motivada e com muita vontade de ajudar a equipa.
Encontrou um Braga muito diferente?
-Notei muitas mudanças positivas. O Braga está mais forte, com uma estrutura ainda mais profissional e uma aposta clara no futebol feminino. O maior destaque vai para as novas instalações, construídas especificamente para o feminino. É bom sentir esse investimento e poder regressar para contribuir para o crescimento.
Vê este projeto como uma rampa de lançamento ou um ponto de estabilidade?
-Vejo como uma oportunidade para crescer e afirmar-me. O Braga oferece-me as condições ideais para evoluir e continuar a dar passos firmes na minha carreira.
É, neste momento, a melhor marcadora da equipa. Sente que está a atravessar o melhor momento da carreira?
-Atravesso um bom momento e fico feliz por estar a ajudar a equipa com golos, mas acredito que ainda posso fazer mais.
Como descreve o papel que desempenha nesta equipa de Marwin Bolz?
-Tal como o das minhas colegas, é dar sempre o máximo. Treinar no limite, cumprir horários, descansar bem e estar atenta a todos os detalhes. Em campo, procuro sempre fazer o melhor possível em cada tarefa, em prol da equipa e dos seus objetivos.
É uma jogadora que sempre teve boa chegada à área. É algo que trabalha especificamente ou resulta do estilo de jogo da equipa?
-O estilo de jogo acaba por me beneficiar e valorizar as minhas características. Preservamos muito a posse de bola, o que permite que várias jogadoras consigam chegar à área e criar oportunidades. Claro que o trabalho individual também é importante, mas este modelo dá-me mais espaço e mais possibilidades de estar em zonas de finalização. Os golos têm surgido por esse motivo.
O que é que Marwin Bolz lhe pede em campo?
-Para estar sempre envolvida no jogo, aproveitar bem os espaços e tomar boas decisões. Considero-me uma jogadora livre, que se movimenta muito em campo, e é bom sentir que tenho liberdade para explorar o jogo e criar oportunidades.
O treinador chegou esta época e trouxe ideias novas. Como tem sido trabalhar com ele?
-Uma experiência muito positiva. Sinto que todos temos aprendido e que essas mudanças nos tornam mais organizadas, equilibradas e capazes de jogar de forma mais consistente. Destacaria a organização e a clareza com que comunica o que pretende em campo. Trabalha muito a posse de bola e a movimentação coletiva, e consegue transmitir as ideias de forma simples e prática. Gosto também da forma como envolve todas as jogadoras.
O Braga está no sexto lugar da Liga BPI, com um triunfo, um empate e duas derrotas. O que tem faltado para a equipa estar mais acima na tabela?
-Temos feito bons jogos e trabalhado bastante, mas ainda nos falta alguma calma em determinados momentos e precisamos de aproveitar melhor as oportunidades.
Quais são os objetivos da equipa para esta temporada?
-Lutar para vencer em todas as competições.
Pessoalmente, há alguma meta que tenha definido a curto ou médio prazo?
-Representar a Seleção Nacional.
Que jogadora é hoje a Cris Vieira, comparando com a do passado?
-Sinto que evoluí. Sou uma jogadora mais madura, que não se precipita tanto nas decisões e está mais preparada para perceber quando o jogo pede rapidez ou pausa. Penso que o futebol que praticamos valoriza as minhas características e permite-me ser uma jogadora capaz de criar e concretizar oportunidades, algo que, nos anos anteriores, talvez me faltasse.
Experiência europeia fortaleceu o grupo e deixou lições
A caminhada do Braga na Taça Europa terminou diante do Anderlecht, mas para Cris Vieira, a eliminação não apaga o valor da experiência e considera que a presença europeia foi uma etapa relevante. "Foi uma experiência muito importante, mas sentimos que merecíamos um desfecho diferente. Jogar na Taça Europa permitiu-nos aprender e perceber em que aspetos podemos evoluir. Apesar da eliminação, estamos motivadas para continuar a crescer enquanto equipa. Ficámos tristes porque merecíamos mais, mas já ultrapassámos esse momento e estamos 100% focadas nas competições que vamos disputar", diz, convicta que o clube "pode voltar à Europa mais forte e mais preparado".
