Medida foi anunciada pelo ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues.
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Os estudantes do 11.º e 12.º anos poderão escolher os exames nacionais que querem fazer de acordo com as disciplinas específicas pedidas pelas instituições do ensino superior a que se queiram candidatar, disse o ministro da Educação na quinta-feira.
"Agora, os alunos vão ter de fazer, única e simplesmente, os exames que são pedidos pelas instituições" a que se queiram candidatar, explicou o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, na quinta-feira à noite, durante uma entrevista à RTP.
O governante sublinhou que a intenção é "diminuir pressão" sobre o sistema educativo, "numa altura de muitas contingências" provocadas pela pandemia de covid-19.
"No caso de cada aluno, é um exame, dois exames ou eles podem tentar mais combinações, mas, por outro lado, estes exames não contam para a nota interna e isso é algo importante", prosseguiu Tiago Brandão Rodrigues, acrescentando que a tutela separou "a finalização do secundário com o acesso ao ensino superior".
Habitualmente, para concluir o ensino secundário, os alunos fazem dois exames nacionais no 11.º ano e dois no 12.º ano, independentemente de não utilizarem todos para ingressar no ensino superior.
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De acordo com esta medida extraordinária, os alunos podem optar por fazer apenas os exames nacionais necessários para se candidatarem ao curso pretendido, de acordo com os requisitos de cada universidade e instituto politécnico.
Este novo modelo de conclusão do ensino secundário e de acesso ao ensino superior faz parte de um conjunto de medidas apresentadas pelo Governo, na quinta-feira, na sequência das restrições ao ensino regular por causa da pandemia de Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus.
O Governo decidiu em março encerrar todas as escolas e, desde o dia 16, o ensino passou a ser feito à distância. Em casa, estão cerca de dois milhões de crianças e jovens que frequentavam desde creches a estabelecimentos de ensino superior.
Os prazos para a apresentação das candidaturas ao concurso nacional de acesso ao ensino superior foram adiados de forma a acompanhar as alterações nos calendários dos exames de secundário devido à pandemia de covid-19.
Segundo uma nota da Direção-Geral do Ensino Superior, os finalistas do secundário vão poder apresentar as candidaturas à primeira fase do concurso entre 7 e 23 de agosto e os resultados só serão publicados a 28 de setembro.
Já a segunda fase do concurso é adiada para o período entre 28 de setembro e 9 de outubro, com a publicação dos resultados a 15 de outubro. O novo agendamento do calendário acompanha a decisão do Governo, anunciada pelo primeiro-ministro, António Costa, em adiar a realização dos exames nacionais do ensino secundário - a primeira fase entre 6 e 23 de julho e a segunda de 1 a 7 de setembro.
Apesar das alterações nos prazos do concurso nacional de acesso, que segundo a tutela representa 77 por cento dos ingressos neste nível de ensino, as datas de início e fim dos períodos letivos são definidas pelas instituições de ensino superior.