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Um dia de chuva na Bélgica equivale a um dia de quedas no pelotão. Pelo segundo dia consecutivo, foram os tombos do asfalto a condicionar a discussão da vitória de etapa na Volta a França. Desta feita, quem colheu os louros foi quem mais atacou: Sylvain Chavanel (Quick Step), o último dos grandes roladores franceses, que capitalizou uma fuga lançada à saída de Bruxelas para alcançar o triunfo e a camisola amarela em Spa, na conclusão de uma viagem alucinante de 201 quilómetros. O pelotão, em greve de zelo, deu-lhe uma "ajuda".
"Foi irreal", descreveu Lance Armstrong no final de uma etapa que prometia ataques mas acabou desvirtuada pelos "patrões" do pelotão. Atendendo às muitas quedas, Fabian Cancellara - que vestia de amarelo - abrandou o ritmo da coluna e obteve um "acordo de cavalheiros" que originou um final em ritmo de passeio. Se a jornada belga prometia emoção, essa acabou a 30 quilómetros de Spa,na descida de Stockeu, quando múltiplas quedas lançaram por terra alguns dos favoritos. Alberto Contador, Lance Armstrong, Alessandro Petacchi, entre outros, foram prejudicados, mas verdadeiras aflições passaram Frank e Andy Schleck. O colega de equipa Cancellara falou com os rivais e o pelotão decidiu esperar pela dupla luxemburguesa. Se a atitude foi louvável do ponto de vista do "fair-play" - "fiz o mesmo que gostava que me fizessem", respondeu Alberto Contador - resta saber quem atacará já hoje no temido "pavé" de Arenberg, anunciado como a primeira prova dos nove entre os favoritos.