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José Azevedo foi quem dirigiu Lance Armstrong na sua última corrida fora dos Estados Unidos, no Tour Down Under, na Austrália. Em Adelaide, 110 mil pessoas despediram-se do heptavencedor do Tour que, mal encostou a bicicleta, confirmou a sua retirada ao mundo, pelo seu Twitter. "Está feito. Obrigado a todos por terem vindo e apoiar uma corrida tão importante. Adelaide, vamos sentir a vossa falta", escreveu. Agora o futuro de Armstrong, a abeirar-se dos 40 anos, passa pelo triatlo, provas de BTT e algumas corridas secundárias de estrada nos Estados Unidos - antes, apenas mais uma "despedida" formal, com a participação prevista na Volta a Califórnia.
O futuro do homem que durante uma década marcou o desporto mundial liga-se ao do português José Azevedo, que Armstrong inicialmente escolheu para o apoiar, ao seu lado, na conquista das Voltas a França 2004 e 2005. Anos depois, com o lançamento da RadioShack em 2010, Armstrong não esqueceu os amigos e, juntamente com o aval de Johan Bruyneel, lançou a carreira de director-desportivo de José Azevedo.
Agora, foi o vila-condense que fez a despedida de Lance Armstrong ao dirigir o norte-americano pela última vez, um cenário ideal numa pátria que reconheceu os feitos do texano. "O Tour Down Under foi a ultima corrida do Armstrong fora dos Estados Unidos e a organização, no último dia antes da partida, prestou-lhe um reconhecimento. Mas o que destaco foi a incrível reacção do público que, em grande número, nos acompanhou em todas as etapas na berma da estrada. Ver tanta gente no seu apoio foi um bonito reconhecimento pela sua carreira e pelos muitos dias memoráveis que proporcionou aos adeptos do ciclismo". Pessoalmente, a despedida de Armstrong é também, o encerrar de um capítulo na vida de Azevedo. "No fundo, saber que Lance se despede traz nostalgia e saudade. Foi isso que senti na Austrália. Sei que ninguém ocupará o seu lugar dentro da equipa e no ciclismo", avalia José Azevedo. "Nunca esquecerei os momentos partilhados em conjunto".
Ao perguntar pela herança de Lance Armstrong no ciclismo, José Azevedo não tem dúvidas: "É uma herança impossível de igualar. Armstrong faz parte da história do ciclismo e não vejo no presente ninguém capaz de suplantar ou até igualar os seus feitos", refere.