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O caso Pereira Cristóvão, que levou às acusações contra aquele vice-presidente do Sporting, que já suspendeu o seu mandato, não vai ter, para já, correspondência imediata em sede de justiça desportiva. Isto porque o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) está de momento de mãos atadas, sem possibilidade de aceder à informação recolhida pela Polícia Judiciária e pelo Ministério Público, tendo em conta que o processo se encontra sob segredo de justiça.
Segundo soube O JOGO, o Conselho de Disciplina "está atento" a todo o processo e pode abrir um inquérito, tal como exigiu ontem o presidente do Marítimo, Carlos Pereira. "O Conselho de Disciplina não pode ficar alheia a um processo destes. Tem de mover um processo de averiguação para saber quem foram os responsáveis por este ato", avisou o dirigente. Mas a verdade é que só as certidões do Ministério Público fornecerão as informações indispensáveis ao apuramento dos factos e ao enquadramento dos mesmos nas normas que regem as competições de futebol profissional. Assim ganha força o cenário que aponta para que seja impossível à justiça desportiva chegar a uma conclusão que produza efeitos em tempo útil, ou seja, até à disputa da final da Taça de Portugal, agendada para o dia 20 de Maio.
Aliás, o mesmo sucedeu por altura do Apito Dourado. Então, os órgãos disciplinares da justiça desportiva também tiveram de aguardar pelas informações constantes da investigação da Judiciária e no Ministério Público para dar corpo ao procedimento. Assim, para já cabe ao sistema judicial o apuramento dos factos, ficando a intervenção da FPF dependente do levantamento do segredo de justiça.
Este caso teve início com uma queixa do Sporting junto da FPF, na sequência do que seria uma denúncia anónima referente a um depósito bancário de dois mil euros, em numerário, na conta de José Cardinal. O árbitro assistente acabou por pedir escusa do encontro com o Marítimo, por "motivos de ordem pessoal". O presidente da FPF, Fernando Gomes, notificou de pronto as autoridades competentes, motivando a investigação em curso, que resultou na acusação, a Paulo Pereira Cristóvão e dois colaboradores seus, de denúncia caluniosa qualificada.
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