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Um coração e uma rosa tatuados na omoplata poderão ser interpretados como um sinal da emancipação de Na Li, a chinesa que lutou pela libertação do ténis chinês, quando decidiu abraçar o profissionalismo numa modalidade que lhe foi imposta, depois de ter praticado badminton. Nos últimos anos, o ténis do país mais populoso do universo sofreu um boom impressionante. A jogadora de Wuhan é uma das principais responsáveis por esse fenómeno, mas também pela abertura ao exterior. Ontem, concretizou metade do seu maior sonho: conquistar um título do Grand Slam.
A outra metade será discutida com Kim Clijsters, na final de amanhã do Open da Austrália. A belga repete a presença no encontro decisivo em Melbourne, depois de perder em 2004 com a compatriota Justine Henin, e os seus três títulos do Grand Slam "só" foram conseguidos no US Open (2005, 2009 e 2010). A chinesa nunca tinha superado as meias-finais, fase que atingiu no ano passado também na Austrália. Ontem, salvou um match point no triunfo sobre Caroline Wozniacki, por 3-6, 7-5, 6-3, garantindo novo acesso ao Top 10 de um ranking em que está na 11ª posição. A flamenga voltou a fazer valer a sua maior experiência na segura vitória, por duplo 6-3, face à russa Vera Zvonareva (2ª WTA). Clijsters (3ª) afirma-se agora como a mais séria ameaça à liderança de Wozniacki. O título permitir-lhe-á ficar a apenas 130 pontos do primeiro lugar que ocupou pela última vez em Março de 2006, antes de casar, ser mãe e ter cumprido um período sabático.
Esta cimeira sino-belga será o "remake" da final de há duas semanas do Open de Sidney. Na Li levou a melhor, por 7-6, 6-3, depois de Clijsters ter estado a comandar por 5-0.