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>A vontade dos "patrões"
O camisola amarela Fabian Cancellara foi o líder do "ralenti" - uma espécie de buzinão sem buzinas - na segunda etapa da Volta a França, uma forma de protesto que recentemente se transformou numa arma do pelotão. Se dantes se protestava pelos horários - lavantar às 4h30 da manhã era motivo de boicote, decidiu o pelotão do Tour de 1978 - agora os motivos da greve são mais diversificados. A moda terá sido reinventada por Lance Armstrong, quando sozinho levou ao boicote de uma etapa da Volta a Itália do ano passado - o circuito em Milão, por ser demasiado "perigoso". "Agora consideram perigoso um circuito já percorrido no passado? É preciso anular todas as corridas onde há riscos de quedas?", questionou-se na altura Angelo Zomegnan, director do Giro. No Tour de 2009, o motivo da greve na 10ª etapa foram os rádios e, mais recentemente, na Volta à Suíça todo o pelotão boicotou um sprint para dar um puxão de orelhas a Mark Cavendish, após uma aceleração perigosa na véspera. O sucedido ontem em Spa não foi indiferente: uns aplaudiram o "desportivismo" de Cancellara, outros criticaram a ausência de um sprint em 1600 metros de recta.