Só por pressão de amigos, Marion, de 24 anos, decidiu entrar no concurso para a nova imagem do Andante. A jogadora de basquetebol do Académico do Porto, da Liga Feminina, não imaginava que milhares de portuenses fossem andar com a sua marca na mão.
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Sempre gostou de desenhar?
Quando era pequena, a minha paixão era escrever. Sonhava ser escritora ou algo ligado ao jornalismo. Mas depois tive aulas de desenho, gostei e acabei por seguir Artes. Mas o objetivo até era trabalhar num estúdio de desenhos animados.
Isso parecia divertido...
Sim, mas é uma atividade pouco desenvolvida em Portugal. O meu curso também tinha a parte do design e acabei a trabalhar numa agência de design gráfico. E gosto muito do que faço.
Por que decidiu participar no Concurso de Ideias do Andante?
Foi por pressão da minha irmã, do meu namorado, até do meu chefe, que insistiu para que eu participasse por conta própria. Nunca tinha participado num concurso deste género e não estava muito confiante. Quando desenhei a proposta, acabei já muito tarde, de madrugada. E a minha primeira reação foi chorar. Achei que era muito má e não era justa para o concurso. Que não era boa o suficiente.
Mas ganhou por unanimidade...
Nem queria acreditar. Quem me ligou foi a Dr.ª Vera Gonçalves que começou por perguntar como se pronunciava o meu nome. Só depois me disse que tinha ganho por unanimidade.
Sempre andou muito de transportes?
Sim, sempre. Quando estudava, vivia em Vila do Conde e andava muito de metro, até para ir para os treinos, no Académico. Hoje, já vivo no Porto e ando mais de autocarro.
E de onde veio a ideia para o design final?
Teve a ver com o Porto e com o que a cidade significa para mim. Sempre fui fascinada por janelas, azulejos, fachadas... Era capaz de ir contra as pessoas, na rua, por estar a olhar para estas coisas. Quando comecei a pensar neste trabalho, todas as ideias acabavam nos azulejos. E foi daí que parti.
Qual a sensação de andar nos transportes, agora, e ver o Andante na mão das pessoas?
É única. Finalmente contribuí para alguma coisa para a cidade oferecer. Está a ser bem aceite, vejo que as pessoas gostam e não consigo parar de olhar para o que fiz. Agora, ainda gosto mais de andar de transportes.
Há quantos anos joga basquetebol?
Há dez anos. Comecei a jogar no Leça, mas já estou no Académico do Porto, que está na Liga Feminina. Jogo a poste.
Muito alta?
Tenho 1,80 m. Em comparação com as restantes jogadoras portuguesas da Liga sim, sou alta. Mas as que jogam a poste são estrangeiras e têm para cima de 1,90 m... É um pouco injusto.
Vê muitos jogos de basquetebol?
Acompanho a Liga Portuguesa e vejo jogos da NBA e WNBA. É mais fácil acompanhar do que as ligas europeias.
Algum jogador, ou jogadora, que aprecie particularmente?
A Diana Tarausi, norte-americana que joga no UMMC Ekaterinburg, na Rússia.
O desporto ajuda à disciplina do trabalho?
Ajuda porque é preciso trabalhar em equipa. O ambiente de trabalho é muito bom até porque temos aqui, na agência, quatro elementos ligados ao Académico do Porto.
Desenha muito sobre basquetebol?
Desenhar propriamente dito, acho que nunca fiz. Mas já fiz cartazes ou outros materiais promocionais.