Dragões têm concorrência de clubes da La Liga, mas nenhum oferece a maior montra do futebol mundial. Médio tem ordens para se apresentar no Barça, a 10 de julho, porque Xavi quer avaliá-lo primeiro
Nico González tem ganho força nos últimos dias como potencial reforço para o meio-campo do FC Porto em 2023/24, embora não seja visto pelos responsáveis azuis e brancos como o substituto direto de Uribe. Caso não fique no Barcelona, a cedência por uma temporada é uma oportunidade de negócio a que os dragões estão atentos e o salário de Nico não constitui um grande problema.
Depois da última renovação de contrato - passou a estar ligado aos culés até 2026 - e mesmo com uma cláusula de rescisão assustadora [mil milhões de euros], a verdade é que o ordenado que o médio recebe está perfeitamente ao alcance dos cofres da SAD: são 600 mil euros brutos por ano, qualquer coisa como 45 mil euros mensais.
O FC Porto não está sozinho na corrida por mais uma das pérolas de La Masia, que na época passada esteve cedido ao Valência, mas tem um par de trunfos que falta à concorrência: disputa títulos e vai à Liga dos Campeões. Algo que o Bétis e Villarreal [ambos vão à Liga Europa] e o próprio Valência [não se apurou para as provas europeias] não podem oferecer a Nico, que tem como objetivo voltar a ouvir o hino da Champions depois das quatro presenças em 21/22. Curiosamente, dois dos jogos que tem na competição foram frente ao Benfica...
O futuro de Nico, porém, dificilmente será conhecido a curto prazo. Isto porque Xavier Hernández deu ordens para que o médio se apresente ao serviço no dia 10 de julho para o arranque dos trabalhos da pré-época. Depois da boa temporada em Valência, o treinador pretende observar de perto a evolução do jogador antes de tomar qualquer decisão, sendo certo que será difícil que tenha lugar no plantel do Barcelona, que já se reforçou com Gundogan e tem Oriol Romeu (Girona) bem encaminhado para se juntar a Pedri, Gavi e Sergi Roberto.
Há um ano foi o próprio Nico a forçar a saída quando percebeu que não ia ter muitas oportunidades. E a história poderá repetir-se dentro de algumas semanas, com o Barcelona a preferir um empréstimo sem cláusula de compra. Em todo o caso, o empresário Jorge Mendes já está no terreno a trabalhar nas várias opções que tem em carteira para o jovem de 21 anos e, tal como O JOGO escreveu na edição de ontem, o superagente terá uma palavra decisiva na escolha do clube onde Nico irá jogar. Ontem, o Wolverhampton (13º classificado da última Premier League), outro clube do círculo próximo de Mendes, também foi apontado ao médio.
A treinar com o companheiro Eric Garcia
O jogador, ao que O JOGO apurou, mantém-se tranquilo e à margem dos rumores de mercado. Depois de uns dias de férias em Portugal, Nico está de volta à Catalunha onde tem treinado diariamente na companhia de Eric García, defesa central do Barça que é da sua geração, para chegar com um nível elevado à pré-temporada e poder mostrar a sua melhor versão a Xavi Hernández visto que a prioridade é afirmar-se no seu clube. Contudo, se não tiver garantia de minutos, Nico vai conversar com Jorge Mendes e, em conjunto, irão decidir qual o passo seguinte, o que só deve acontecer em finais de julho ou mesmo já em agosto.
Forte nos duelos e habituado à pressão
André Almeida, jogador do Valência, partilhou o balneário do emblema "che" com Nico González, que vê com capacidades para triunfar no Dragão. "Passei este ano todo com ele, teve uma lesão, esteve fora três meses, mas é muito bom jogador. É forte fisicamente nos duelos, tem muita qualidade no passe e tem muita técnica, é muito difícil tirar-lhe a bola", apontou, à Antena 1, o internacional sub-21 português.
"Ele tem qualidade para jogar no FC Porto, e muita. Não sei o que se vai passar, não estou por dentro disso, mas sem dúvida que tem qualidade para se destacar e pegar de estaca", acrescentou. João Gonçalves, diretor desportivo do Almería, concorda com o ex-V. Guimarães. "Talvez ao Nico falte um pouco de agressividade, mas isso é algo que pode ganhar com a idade e a experiência, mas é um jogador de equipa grande, habituado à pressão", disse à Renascença.