ENTREVISTA, PARTE III >> Tomás Costa não esquece os festejos do título na Avenida dos Aliados e muito menos os ensinamentos de Jesualdo Ferreira. Villas-Boas é amigo e também conselheiro
Tomás Costa diz que teve os dois melhores treinadores que poderia ter, Jesualdo Ferreira e Villas-Boas, na passagem pelo FC Porto. O "Professor" fê-lo ver o futebol de outra maneira e André tem-lhe dado muitas dicas que poderão ser úteis para o futuro que está a planear fora das quatro linhas.
Aprendeu muito nos dois anos em que trabalhou com Jesualdo Ferreira?
-Sem dúvida. Na altura, era um miúdo e pensava que sabia tudo e passados estes anos todos dei conta de tudo o que ele me disse e ensinou. Mandei-lhe, inclusive, um email a agradecer porque mudou-me a forma de ver futebol e de jogar. Aprendi bastante com ele, tem essa facilidade de potenciar os jogadores ao máximo e tirar o melhor deles. Há uma série de jogadores do FC Porto que devem muito ao Jesualdo porque passaram de ser muito bons jogadores a serem extraordinários.
Falcao, por exemplo?
-O Radamel é um caso extraordinário, assim como o Lisandro e o Lucho, o Fernando, o Guarín, o Rolando... Muitos que passaram pelas suas mãos mudaram a forma de jogar, fez deles melhores jogadores. Há treinadores que te melhoram e, por isso, fiz questão de estar com o André Villas-Boas. Na minha carreira tive treinadores que foram além de melhorar a parte futebolística mas também como pessoa. Tive os dois melhores treinadores que poderia ter nessa passagem pelo FC Porto.
Villas-Boas que foi o treinador no ano em que o Tomás Costa sai do FC Porto...
-Sim. O André foi o treinador até o clube decidir a minha saída por empréstimo. Ele foi muito claro comigo e não tive qualquer ressentimento sobre isso. Nunca perdi o contacto com ele, fiz-lhe sempre muitas perguntas ao longo dos anos para entender as coisas. Já quando jogava tinha interesse nisto de secretaria técnica, de estatística, dados e análise de vídeos, e com os seus conselhos orientou-me bastante.
Qual a melhor memória que guarda do FC Porto?
-Os festejos nos Aliados quando fomos campeões no jogo com o Braga, no Dragão. Foi o meu primeiro título como jogador profissional. Não queria que tivesse terminado, foi uma alegria imensa de ver que tudo o que Jesualdo tinha planificado tinha dado certo. Outra alegria grande que tive, apesar de não a ter vivido, foi a Liga Europa. Senti como minha também porque os meus companheiros conseguiram um objetivo tão difícil e sonhado. Guardo na memória esses dois momentos.