FC Porto

FC Porto um a um em Moscovo: um Santo em dia de Corona

Miguel Pereira/Global Imagens

Confira as avaliações feitas por O JOGO à equipa do FC Porto que venceu em casa do Lokomotiv por 3-1, em jogo da terceira jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões.

Casillas 7

Adivinhou para onde Manuel Fernandes cobrou a grande penalidade (10") e deu logo ali moral à equipa. Ia comprometendo num golo anulado ao Lokomotiv, mas antes já havia sido decisivo em mais duas ocasiões.

Maxi 5

Não recuperou num lance de ataque conduzido por Anton Miranchuk que podia ter dado golo (19"). As recuperações de posicionamento criaram alguns desequilíbrios num ou noutro lance.

Felipe 6

Foi a todas, disputando cada bola na raça e até ao fim, num estilo pouco ortodoxo, como é seu timbre, mas foi dos mais consistentes da defesa, ganhando muito jogo pelo ar, graças ao posicionamento. Um mau atraso ia borrando a pintura.

Éder Militão 5

Ficou mal na fotografia do golo do Lokomotiv (38"), permitindo que Aleksey Miranchuk o ultrapassasse para cruzar para o golo do irmão. Depois pareceu afetado e não transmitiu a mesma segurança defensiva habitual, desentendendo-se até com Alex Telles em algumas abordagens.

Alex Telles 6

Começou mal, com uma falta sobre Aleksey Miranchuk (10") que resultou num penálti. Depois redimiu-se e impediu o golo em cima da linha duas vezes no mesmo lance: primeiro a remate de Aleksey Miranchuk e depois a recarga de Éder (19"). Na segunda parte evitou que o português rematasse de uma posição perigosíssima, evitando um golo (56"). Nas bolas paradas, não acertou a mira.

Danilo 6

Não teve um adversário muito empreendedor no meio-campo, o que lhe abriu espaços para se adiantar aqui e ali, no apoio ofensivo. Só mesmo em contra-ataque é que foi chamado a algumas intervenções mais apertadas, mas saiu sempre por cima.

Herrera 7

Cabeceou muito bem para o segundo golo portista, ganhando a posição ao defesa que o marcava. Pressionou bem no meio e ajudou a fechar. Ia isolar-se (75") quando foi travado em falta por Kverkvelia, expulso.

Óliver 6

Com bons passes a descongestionar a circulação, trouxe discernimento na saída de bola e, a jogar de cabeça levantada, mostrou critério, procurando ainda criar linhas de passe para apoiar o futebol curto da equipa.

Brahimi 6

Apareceu para ajudar a fazer a diferença no regresso do intervalo, abrindo para Corona para este marcar. Ainda não foi o desequilibrador habitual, mas melhorou em relação aos últimos jogos.

Marega 6

Cobrou o penálti para o primeiro golo, mas quando teve oportunidade de meter velocidade, como gosta, não foi capaz de controlar a bola para tirar partido dos ataques que conduziu.

André Pereira 5

Entrou para refrescar o ataque, trocando várias vezes de posição com Marega. Ainda foi a tempo de uma grande jogada individual seguida de cruzamento (86"), que Bazoer rematou por cima.

Adrián López 5

Entrou e teve logo um belo toque de calcanhar (84") para Bazoer rematar ao lado.

Bazoer 4

Duas bolas nos pés (84" e 86") e sempre a mesma precipitação na hora do remate, quando até estava bem posicionado no lance em que Adrián lhe tocou a bola de calcanhar.

A FIGURA

Corona: 8

Matou pelas costas já depois de ferir

Finalmente uma exibição a condizer com aquilo que Sérgio Conceição espera dele, sobretudo esta temporada. O mexicano começou por construir o lance do golo de Herrera com um par de fintas pela direita, ganhando a profundidade para depois meter a bola ao segundo poste. No regresso do balneário, Tecatito demorou pouco tempo a matar o jogo, entrando nas costas da defesa e rematando para o fundo das redes, apesar de um adversário que ainda tentou impedir o inevitável. Os dois lances descrevem na perfeição aquilo que que tantas vezes se espera dele, mas poucas consegue materializar. A desequilibrar sempre assim, seria titular de caras nesta equipa. A falta de Otávio acabou por não se notar, porque Corona foi uma solução e não inventou com fintas inconsequentes como tantas vezes, optando antes por um pragmatismo que deu os seus frutos no marcador e deixou o FC Porto bem lançado para os "oitavos".

António M. Soares, enviado especial a Moscovo