Central brasileiro rumou ao Catar e deixou o Corinthians, lamentando a atitude do clube brasileiro
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Lucas Veríssimo deixou o Corinthians, onde estava emprestado pelo Benfica, e mudou-se para o Catar, a título definitivo, para representar o Al-Duhail. Em entrevista ao Globoesporte, explica os contornos da mudança e deixa críticas ao clube brasileiro, que tentava a compra do passe, mas deixou o caso entrar numa indefinição. Pelo meio, hove ameaças.
"No dia 27 ou 28 [de dezembro] eles tiveram o 'ok' do clube e da minha parte, estava tudo certo até então. O Benfica enviou documentos para o Corinthians e aguardava um retorno, algo normal na transação. Houve uma demora para esse retorno. Havia uma data de vencimento para assinar esse documento, era dia 15. Antes de a gente se reapresentar, falaram-me que esse contrato seria assinado, que eu renovaria com o Corinthians. Pediram para eu esperar. Nós nos apresentamos dia 7, começaram os treinos, e os dias foram passando, as coisas não foram acontecendo", recordou.
"O presidente fala que uma das primeiras coisas que ele fez foi a compra do Lucas Veríssimo (...) Mas não tinha nada certo, estava tudo apalavrado, mas nada assinado", continuou. "Os dias iam passando e nada acontecia, comecei a achar estranho. Já vivi muita coisa no futebol, positiva e negativa. Tive inúmeras promessas no futebol que não foram cumpridas, seja por lesão ou por mentira mesmo, incapacidade do profissional, enfim... Inúmeras promessas que não foram cumpridas. Quando começou a estender, as coisas não acontecerem, eu fiquei preocupado. Já tive uma lesão séria que me tirou muita coisa no futebol. A partir do dia 7 comecei a cobrar o clube e o meu staff. Ficaram de passar para jurídico, advogado, e as coisas não aconteciam", lamenta.
O central brasileiro vinca que, no meio da indefinição do Corinthians, surgiu a proposta do Catar. "Apresentaram-me o projeto, que eu achei muito bom, uma liga que já está crescendo e vai crescer ainda mais. Resolvemos a nossa parte e, como o Corinthians já tinha perdido o timing, o Benfica contatou-me também, e dei o OK."
Veríssimo refere ainda que não recebeu "nenhum mês de pagamento de direito de imagem". "Não tive contato com o presidente [Augusto Pereira de Melo], era só 'bom dia, boa tarde'. Ele não se sentou para conversar comigo. Nem depois. Não fez esforço algum", apontou.
"A partir do momento que estou a ser massacrado, a receber ameaças, a minha família a receber ameaças, tenho de mostrar o meu lado para entenderem. Não acho correto ameaçar, independentemente de qualquer situação, acho isso errado. Mas estou a falar pelo menos para entenderem meu lado", justificou. "A minha mulher estava com a amiga dela e chegaram dois indivíduos a apontar o dedo no rosto dela e a perguntar: 'Você é a mulher do mercenário?'. Eles começaram a segui-las, tiveram de chamar o segurança. Eu senti-me mal por isso, o que a gente quer é que nossa família esteja bem sempre. Quando fiquei a saber disso. Talvez os indivíduos não fizessem nada, mas minha esposa chegou em casa em choque, ligou-me em choque. Sem falar em rede social, ameaças e mensagens desagradáveis que a gente recebeu. Por isso quis trazer aqui meu lado da história. Acho que esses são marginais, isso não se faz com ninguém, independente de qualquer coisa", reamtou.