Um arsenal de efeitos motivadores é o que se pede hoje perante o Gil Vicente
Compete ao FC Porto repetir a façanha, o que será ainda mais árduo após o efeito surpresa de uma lição tática de Sérgio Conceição
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Para bater credenciais europeias, é no Dragão que se identificam os protagonistas, os mestres de cerimónias e a palavra-passe para a fase seguinte. Já a fronteira entre o que é nacional é bom e a prova de certificado de competência internacional, é bem distinta, para mal de uma época atípica entre o que se faz na Liga portuguesa e na Liga dos Campeões. O comportamento não difere, mas há uma confiança que parece crescer com os adversários olhos nos olhos e que se afunda num indesmentível mundo de indefinições contra opositores que se fecham lá atrás, sem representar perigo senão aquele que advém da descompensação em campo de uma equipa que se fratura pela insistência. Na Liga nacional, um jogo de solavancos no último terço do terreno com as costas desprotegidas; na Liga dos Campeões, um sistema identitário com todos os processos que determinam qualidade, rigor e competência para seguir em frente.
Estamos a meio de uma eliminatória e nada está ganho, muito pelo contrário. O jogo em Londres será uma batalha dura pela essência e pelo contexto de um Arsenal que, apesar de não ter conseguido colocar uma ideia em campo no Dragão, entende que boa parte do que aconteceu na 1ª mão foi um golpe de sorte do adversário. Partir do princípio de que um adversário que nos anula completamente não tem mérito, é bom caminho para o não reconhecimento de culpa própria e coloca a equipa mais próxima de repetir os erros. Compete ao FC Porto repetir a façanha, o que será ainda mais árduo após o efeito surpresa de uma lição tática de Sérgio Conceição. Reverberar a receita não será suficiente para sair de Londres com um resultado positivo. Será preciso algo mais e esse “plus” é marcar um golo durante os 90 minutos.