VELUDO AZUL - Opinião de Miguel Guedes
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Em terra de Reis quem tem um Diogo é sério. A despedida da Liga até Dezembro poderia ter sido amarga, mas acabou por saber a conquista. Diogo Costa salvou os seus colegas de uma batalha perdida em apenas 45 minutos, tempo em que se podia ter comprometido indiscutivelmente a guerra desta 11ª jornada. Com uma boa entrada em jogo, o FC Porto andou literalmente aos papéis após a desvantagem no marcador que a mão de João Mário encaminhou. O Vitória cresceu, empolgou-se, lançou bolas em profundidade para tentar explorar a falta de velocidade no centro da nossa defesa central, ainda por cima com João Mário condicionado pelo penálti e Zaidu a acumular erros e incapacidade física. Os jogadores não faziam dois passes seguidos, não ganhavam a denominada “segunda bola”, desposicionavam-se a cada toque de caixa da intensidade vimaranense. Não chovia muito mas parecia cair um dilúvio sobre a equipa.
Se Diogo Costa até defendeu um penálti e meio que deu em golo, a ele devemos o alastrar da esperança até ao intervalo, logo após Zaidu voltar a encarnar o herói improvável ao marcar um golo após centro de Francisco Conceição. Centro/passe com conta, peso e medida para a cabeça do nigeriano que passou de crucificado a lamparina de alumiar esperança. À falta de Otávio e de quem o faça esquecer, à falta de pêndulo no meio campo, à falta de dinamite no centro do ataque, o papá da equipa é Conceição, de nome Francisco. Se não vai lá por sedimentação e crescimento sustentado, vai pelo nome de família. Francisco Conceição reinventou-se como imprescindível face ao apagamento de Taremi, a indefinição de lugares de Pepê e a ausência de Galeno. É ele o único abre-latas ou dínamo atacante da equipa. Onde estão os detractores que lhe traçaram mau destino neste regresso com as alucinações sobre ajustes de contas com um Ajax que lavava mais branco? Quando a equipa é Lda, surge a Sociedade Diogo e Francisco.