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Oito golos em oito jogos (sem penáltis) elevam o ponta-de-lança espanhol a novo herói do Dragão. O FC Porto investiu forte e está a ter retorno mais depressa do que pensaria André Villas-Boas quando o contratou.
A escolha de um goleador capaz de corresponder às exigências de um clube que tem como obrigação conquistar títulos a cada época que passa é sempre um tema muito sensível e de ampla discussão nos departamentos de futebol. Estudam-se diversos perfis, analisam-se características que devem ir de encontro às ideias do treinador para essa posição específica mas, no essencial, há um fator que deve estar sempre presente: o caráter diferenciador na hora de finalizar. Há imensos exemplos de recrutamentos que tinham tudo para dar certo mas que acabaram por se tornar verdadeiros flops, assim como há, igualmente, variadíssimos casos em que a contratação do homem-golo se revelou inteiramente acertada. No FC Porto, este ano, André Villas-Boas depositou todas as fichas num nome estranho para grande parte dos adeptos portistas. Samu chegava como um autêntico desconhecido, mas a carregar o peso de ter sido apresentado pelo próprio presidente e, também, pelo montante que os dragões pagaram por ele: 15 milhões de euros por metade dos direitos económicos. Claro que, como antigo treinador, AVB sabia que não estava a gastar tanto dinheiro por alguém que não teria condições de assumir a posição, mas certamente que nem o presidente estaria à espera de um arranque tão impactante do jovem internacional espanhol na casa portista. Em oito jogos, são oito os golos do avançado de 20 anos, uma marca que o deixa, desde já, na galeria das grandes revelações da época e que, naturalmente, começa a ser analisada pelos colossos do futebol europeu que tanto procuram estas pérolas. Samu ameaça ser mesmo um caso sério.