FOLHA SECA - Um artigo de opinião de Carlos Tê
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Todo o adepto tem o seu breviário íntimo de derrotas. É nelas, mais do que nas vitórias, que o adepto refunde a sua fé. A derrota mói mas é pedagógica, desde que não se repita muito. Do meu breviário constam várias, mas há duas eliminações da Taça às mãos do Atlético da Tapadinha e do Famalicão, nas Antas, que não esqueço, sem razao aparente; e outra, para a Liga dos Campeões, perante uns eslovacos com nome de loja de antiguidades, Artmedia, em que se foi do passeio (2-0) ao afundanço gelado (2-3). O Porto tinha uma equipa que hoje seria de luxo: Diego, Bosingwa, Ricardo Costa, Lucho, Lisandro, Quaresma, e ainda Pepe no banco. Ao sair do Dragão, o silêncio era tão cortante que os carros na VCI pareciam dar risadas. Pinto da Costa segurou o então treinador, Co Adrianse, que seria apertado pela claque no Olival, e acabou por ganhar o título na época seguinte. Depois disso, intimidar treinadores tornou-se uma marca autoral da claque, e nem Conceição escapou.

