Rúben Amorim saiu e houve tempo para uma transição pacífica, mas a bola que entrava passou a esbarrar no ferro e já soam os alarmes no Sporting, um som estridente que põe João Pereira em xeque e que só as vitórias podem desligar.
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1 - Se após a expressiva vitória em Braga, que assinalou a mudança de rumo no Sporting, alguém dissesse que duas jornadas depois a equipa poderia perder a liderança isolada da classificação, o mais certo era sair uma frase como “estás louco”, mas no futebol (como na vida) não há impossíveis e o cenário pode mesmo verificar-se, caso o FC Porto vença amanhã em Famalicão, o que representaria que a liderança passasse a ser partilhada entre leões e dragões.
Rúben Amorim deixou saudades antes mesmo de sair, mas os sportinguistas estariam longe de suspeitar que o pesadelo chegaria em tão curto espaço de tempo. Houve margem mais do que suficiente para uma transição pacífica e João Pereira assumiu o comando do líder incontestável da tabela com toda a determinação, mas a bola que entrava passou a bater nos ferros, o futebol fluído e mecanizado começou a conhecer alguns obstáculos e as dinâmicas que com o anterior treinador resultavam quase sempre fugiram entre os dedos, como se um surto de desconfiança tivesse entrado no balneário ao mesmo tempo que o reconhecido transformador do clube fechou a porta e seguiu para o Manchester United. Podem chamar-lhe fantasma, mas a verdade é que soam em Alvalade os alarmes que só o regresso à normalidade das vitórias podem desligar.
2 - Empatou com o Benfica e Schmidt caiu, ganhou ao FC Porto e Vítor Bruno tremeu, derrotou o Sporting e João Pereira já vê lenços brancos, feitos suficientes para o trabalho de César Peixoto no Moreirense despertar mais atenção.