Carlos Carvalhal saiu e não por falta de resultados e de apostas que já renderam milhões ao clube. O senhor que se segue tem obrigação de marcar a diferença e abraçar o objetivo de ser campeão.
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António Salvador é mesmo assim: imprevisível e disruptivo dentro daquilo que é o típico dirigente do futebol nacional. Anda de braço dado com a ambição de levar o Braga ao título e, como em tudo na vida, tomar decisões em cima de contextos adversos pode trazer maus resultados. A saída de Carlos Carvalhal, anunciada ontem, é mais um sinal claro de que o presidente dos guerreiros quer iniciar um novo ciclo no sentido de levar a equipa a sagrar-se campeã nacional. Não é um sonho fácil de concretizar, porque há sempre que considerar que Sporting, Benfica e FC Porto, com outro poder financeiro, estão na equação, mas é legítimo pensar que um dia pode acontecer. A substituição de um treinador com provas dadas no clube e no futebol nacional por outro que terá a responsabilidade de abraçar o objetivo de conquistar o título é uma aposta ousada.
Francesco Farioli, italiano de apenas 36 anos que foi treinador de guarda-redes em equipas secundárias de Itália e na Academia Aspire, do Catar, antes de se lançar como treinador principal na Turquia e atingir o máximo da carreira com o salto para os franceses do Nice, é apontado como o nome preferido para ocupar o cargo máximo na estrutura técnica bracarense, mas se chegar a Portugal carregará o peso de ter falhado o título nos Países Baixos pelo Ajax em quatro jornadas, pois tinha nove pontos de avanço sobre o PSV a cinco jogos do fim e perdeu o campeonato para o rival de Eindhoven.
Os treinadores são como os melões: só depois de abertos é que se conhece o sabor. Resta saber se a opção de Salvador para o ataque ao título está maduro ou ainda verde.