FOLHA SECA >> Consta que os patrocinadores exigiram a sua titularidade em full-time. Afinal, mais do que narcisismo, egolatria, recordes, havia um Ronaldímetro facturando ao segundo. Isto só pode ser um rumor gerado pelo fruto amargo da derrota
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Há quem se encha de brios patrióticos nas fases finais e hasteie bandeiras em carros e varandas, mesmo ligando pouco ao futebol no resto do ano. E há quem não se importe que a selecção perca, ainda que atento ao futebol. É gente que fica na zona mista da indiferença e do rancor por não ter na convocatória nomes do seu clube, ou estarem no banco. E ainda há Rafa, um profissional agora em Istambul, que não viu nada do Euro porque, de Portugal, só lhe interessa seguir o Benfica.
Adorava ser assim, não ver nada, ignorar, mas a selecção sempre foi um ponto alto da minha convivência com o país. Começou no Mundial de 1966, na terra dos Beatles e de George Best (uma espécie de John Lennon do futebol). Nesse Mundial, o primeiro em que participamos, nem Eusébio era do Benfica nem Vicente era do Belenenses, eram daquele clube, o único que resgatava durante uma hora e meia os pecados da nação a que pertencia envergonhadamente, pobretana mas com anéis imperiais nos dedos, sovada pela PIDE, envilecida pela bufaria.