Entre o calculismo e a esperança, resta sonhar com o Mundial’2026 e esperar que Al Nassr ajude a recuperar um avançado para o topo do mundo. Será desta, Jesus?
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Não vale responder que a Arménia era um adversário fácil. Mesmo sendo absolutamente verdade que se trata — tratou, como vimos — de um adversário mais do que acessível, um opositor sem grande capacidade de fazer oposição. Mas, apelando ao pessimismo calculista bem português, muitos se recordarão que, em tempos não muito distantes, Portugal cometeu a proeza de empatar duas vezes com os arménios. Ontem goleou, o que não deixou de ser a forma perfeita de assinalar que se tratava do primeiro jogo depois da conquista da Liga das Nações.
Posto isto, não vale dizer que João Félix só bisou porque encontrou pela frente defesas arménios. Ou que, por essa mesma ordem de ideias, Cristiano Ronaldo fez o mesmo que o companheiro de ataque no Al Nassr, alcançando a incrível marca de 140 golos pela Seleção Nacional, porque era o adversário que era.
O otimismo calculista português permite, todavia, outra conclusão: João Félix acertou em cheio ao mudar-se para a Arábia Saudita para ficar mais perto do Mundial’26. Titular, autor de dois golos, e tudo isto com uma exibição como raramente teve com as cores de Portugal. Quem sabe se não será mesmo o Al Nassr a devolver ao futebol aquele avançado que trocou, por um camião de euros e um atrelado de esperança em ser o melhor do mundo, o Benfica pelo Atlético de Madrid? A esperança também é bem portuguesa, e o Campeonato do Mundo está a menos de um ano de distância…