Jogou solto no ataque da Seleção, onde jura sentir-se melhor do que numa ala. A exibição na Croácia revelou que ainda vai muito a tempo de atingir o patamar por que tanto espera... e desespera
Corpo do artigo
Jogou na formação do FC Porto e Benfica, brilhou na equipa principal na Luz e deu um salto para o Atlético de Madrid a troco do inacreditável valor de 126 milhões de euros, rótulo que parece nunca ter conseguido descolar da sua imagem. Sem sintonia com Simeone, foi emprestado ao Chelsea e também o Barcelona confiou nele, mas no início desta época, pese a vontade de permanecer na Catalunha, acabou por regressar a Londres, onde soma cinco golos em 10 jogos. Pouco para um jogador com as suas reconhecidas capacidades.
Joao Félix parece viver em constante guerra com ele próprio. Nas suas intervenções públicas revela quase sempre um descontentamento que lhe chega, eventualmente, por via de se sentir um eterno incompreendido. O jogo de ontem permitiu perceber que tem razões para pensar de forma diferente. Na Croácia, Roberto Martínez deu descanso a alguns dos mais experientes da Seleção Nacional e abriu espaço para João Félix jogar solto no ataque, como tanto gosta. Aliás, no final da partida, revelou isso mesmo, que se sente muito mais confortável quando atua sem as amarras das linhas laterais, como ala, podendo desfrutar do seu futebol como falso ponta-de-lança, “10” ou segundo avançado e oferecer à equipa toda a classe e condição técnica superlativa que já demonstrou possuir.