João Almeida subiu o Angliru e transformou cada quilómetro num momento de orgulho, assinalando que um dos maiores do ciclismo é português. Para a memória futura
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Inacreditável, especial, de loucos, mágico, monstruoso, épico, orgulho, fenomenal, arrepiante, incrível, fantástico, fabuloso e histórico. Em cada um dos 13 quilómetros da subida ao Angliru poderíamos pintar no asfalto uma das muitas formas de definir o que João Almeida nos fez sentir, pensar ou até dizer em voz alta quando o vimos cortar a meta numa das etapas mais temidas do ciclismo mundial. E João Almeida é já um dos maiores do ciclismo. Não é patriotismo, é factual: só alcançando esse estatuto é possível vencer um gigante, duplo vencedor do Tour, como Jonas Vingegaard.
Ontem, João Almeida fez tudo isso e mais, pedalando montanha acima, superando inclinações que até de carro parecem paredes intransponíveis. Nem é preciso calcular exatamente o que significa 20% de inclinação para perceber a dimensão do feito: foi um espetáculo de força, técnica e coragem.
O “nosso português” mostrou que tem lugar entre os maiores da modalidade. E os factos ajudam a perceber a grandiosidade: a subida do Angliru tem 12,4 quilómetros, com uma pendente média de 9,8% e zonas que chegam aos 23,5%. Cada número reforça a montanha de elogios que João Almeida merece. Um feito para guardar na memória.