A intensa luta a três pela liderança da I Liga é um menu que raramente o futebol português ofereceu. Ver tudo como um sinal de falta de competitividade é um erro. É hora de desfrutar
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1 Do mês de janeiro costumam dizer as piores coisas. Que parece uma interminável segunda-feira, que parece ter mais de 31 dias e que é o primeiro mês para a dieta prometida no fecho do ano anterior. Mas, janeiro merece ser também um ponto de partida para todas as expectativas. Sonhar não custa, afinal. E agora que a segunda volta da I Liga vai arrancar é justo dizer-se que ninguém pode dormir descansado e aconselham os factos da primeira volta a ter prudência em todas as análises. Factos: o FC Porto falhou escandalosamente a oportunidade de ser líder, mantendo-se no segundo lugar da classificação, um ponto atrás de um Sporting que na era Amorim parecia ir em velocidade cruzeiro até ao Marquês; um ponto à frente de um Benfica que no final de 2024 também “prometeu” assumir o topo, mas é hoje terceiro classificado. Fazer previsões, mesmo que à segunda-feira, tornou-se num risco considerável. A luta intensa pelo título - que muitos olham com desdém e sinal de falta de qualidade - só pode ser enaltecida num campeonato tantas vezes diminuído.
2 Despedir um treinador ao cabo de três jogos, um treinador que chegou para resolver um problema de última hora, pode explicar-se pela emoção provocada por uma inesperada eliminação na Taça de Portugal, mas não encontra eco na razão. Daniel Sousa encontrou em Guimarães, como já sucedera em Braga, a impaciência de quem pede para o futuro, mas que afinal parece querer “resultados para ontem”. Contas feitas, apenas sete clubes entre os 18 que competem na I Liga não mudaram ainda de treinador.