A Vasco Vilaça, mas também ao amigo Ricardo Batista, que foi sexto, tiro o meu chapéu
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Alguns dos nossos candidatos a medalhas já furaram expectativas, nomeadamente Catarina Costa (judo), Gustavo Ribeiro (skate) e Vasco Vilaça (triatlo) e sinto em que me rodeia o velho desencanto e a sombria má fortuna da alma lusa, em que tudo é triste, sempre muito mau e o mundo é visto a preto e branco. Mas será mesmo assim? Pegando concretamente em Vilaça, será que aquilo que o amadorense radicado na Suécia conseguiu ontem foi mesmo abaixo das expectativas? Num país pouco evoluído ao nível do desporto, que ama futebol, ou, indo mais além, em que as pessoas veneram mais os clubes do que o próprio jogo de futebol, ver um triatleta português ser quinto nos Jogos Olímpicos é notável. É, de facto, notável. Antes de escrever refleti bastante, de tal modo que demorei a iniciar este pequeno texto, mas ouvir alguém dizer que foi “ao limite dos limites” no maior evento desportivo do planeta e ficar entre os cinco primeiros só me pode encher de orgulho. Olhando à nossa realidade, é brilhante. A Vasco Vilaça, mas também ao amigo Ricardo Batista, que foi sexto, tiro o meu chapéu.
Hoje, uma outra atleta de eleição, nunca candidata a medalha, mas sim tendo como objetivo a final das finais desde os Jogos de 2016, tendo também ido a Tóquio, vai lutar com as melhores do mundo. E sabe quem é a melhor do Mundo? Simone Biles, uma super ginasta. A nossa Filipa Martins apurou-se para all-around em 16.º! Hoje tudo começará do zero, é a decisão, mas, aconteça o que acontecer, haja o que houver, para mim é uma verdadeira campeã. E única em Portugal. Infelizmente.