Reinaldo Teixeira e José Gomes Mendes vão hoje a votos para a presidência da Liga. Os clubes estão divididos, o que desde já não é uma boa notícia em tempos determinantes para o futuro do futebol português
Corpo do artigo
Pedro Proença deixou o comando da Liga Portugal para abraçar o desafio maior de liderar a Federação Portuguesa de Futebol e para o seu lugar há dois candidatos — bem conhecedores da instituição com sede no Porto — suportados por vagas de fundo antagónicas, que nas últimas semanas procuraram angariar apoios para garantirem a eleição para o mais elevado cargo do futebol profissional em Portugal.
O empresário Reinaldo Teixeira, presidente da Associação de Futebol do Algarve e coordenador dos delegados, concorre contra o professor catedrático José Gomes Mendes, que nos anos mais recentes liderou a mesa da Assembleia Geral da Liga. Há ideias que, naturalmente, convergem nas duas candidaturas, desde logo a perceção da importância do mandato que aí vem e que termina em 2027, sendo crucial para o desenvolvimento do processo da centralização dos direitos audiovisuais. A melhoria das infraestruturas e da experiência do adepto, a redução dos custos de contextos (carga fiscal, seguros e IVA nos bilhetes), aumento de receitas e estreitamento das relações com parceiros do futebol, principalmente com a Federação Portuguesa de Futebol, são bandeiras comuns, mas as ideias e as equipas para atingir esses objetivos é que são muito diferentes, o que causou uma espécie de divisão 50/50 entre as sociedades desportivas.
Benfica e Sporting apoiam Reinaldo Teixeira, FC Porto e Braga estão ao lado de José Gomes Mendes. Unir as duas alas terá mesmo de ser a prioridade do vencedor antes de avançar com o programa de trabalho. Têm a palavra os clubes na escolha dos destinos da Liga na era pós-Proença.