Equívocos acontecem amiúde, porém, se não envolverem os do costume, pouco ou nada interessa
APITADELAS - Opinião de Jorge Coroado
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Decisões de arbitragem ocorridas em jogos das competições europeias na semana ora finda, com particular enfoque nas partidas dos clubes portugueses, antecipadas por estapafúrdico erro na análise de golo não validado a Luis Díaz, no jogo da Premier League que opôs Liverpool e Tottenham, por suposto fora-de-jogo (árbitro-assistente mal colocado, VAR desconcentrado), instilaram desconforto e sentida desconfiança no seio do mundo da bola.
Por cá, equívocos acontecem amiúde, porém, se não envolverem os do costume, pouco ou nada interessa, como se os demais não contassem para a classificação final. FC Porto e SL Benfica na Liga dos Campeões e Sporting CP na Liga Europa, saíram penalizados por notórios erros de arbitragem. Situações de possível penálti passaram no crivo da equipa de arbitragem no terreno e, também, no dos mais tranquilos e menos pressionados, elementos do VAR.
Curioso, mas pouco, foi não se ouvirem grandes alaridos sobre o assunto. Mais expressivo foi o Sr. Roger(io) que sem reiterar o árbitro não ter estado com ele, voltou a insurgir-se com alguma acutilância.
De todas as incidências, internamente, na ronda anterior, sobressaiu o derradeiro golo do V. Guimarães diante do Estoril-Praia. No início da jogada, André Silva estava, notoriamente, fora-de-jogo. Endossaram-lhe a bola, desenvolveu o lance, promoveu o indevido penálti assinalado. Todo o povo se calou. Veremos se na próxima rubrica dos áudios VAR se ouve algo sobre o assunto.
Lá fora, Klopp, treinador do Liverpool, perante o erro que não validou golo de Luis Díaz clamou pela repetição do jogo. De tudo, o que sobra é mais do que falta de competência! É falta de rigor e concentração dos árbitros!
Silêncio
Compreende-se, por discordância não se aceita, silêncio do CA da FPF sobre erros do VAR, só quebrado uma única vez. Cá pela paróquia, é-se preso por ter cão, também por não ter. Revelar erros pode constituir forma ótima de erradicar antipatias para com os árbitros. Nos primeiros tempos, naturalmente, haveriam de acontecer comentários impróprios, indignos, próprios de quem usa antolhos e não vê mais que a cor do "seu" jersey. Com persistência, esclarecendo de forma lúcida, seriam mais os que passariam a encarar a arbitragem com mais respeito e consideração. Tudo está no começar e no continuar, desistir à partida perante primeiro revés, é paradigma dos fracos, dos temerosos.
Caniggia
Sexta-feira, fim da tarde, fui sobressaltado por inúmeras mensagens de correio eletrónico, sobretudo SMS. De forma divertida ou mais séria, questionavam se fora eu a pô-lo na "linha". Referiam-se a Cláudio Caniggia que, acusado de violência doméstica por abuso sexual da ex-mulher, havia sido preso. Alguém lembrou que tarde ou cedo se percebe quem é/foi o vilão ou que, quando não se bebe chá em pequeno, dificilmente alguma vez se beberá. Desta feita, talvez haja julgamento equitativo, perante juiz com ética, não um qualquer relator do CD da FPF de nome Sampaio da Nora, juiz em causa própria, mais tarde integrante de lista candidata a órgãos sociais do clube interessado (SLB).