O futebol português avança para mais uma temporada em que os otimistas antecipam uma luta intensa a três pelo topo, enquanto os realistas receiam o alargamento da diferença
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As convincentes exibições de Benfica, Sporting e FC Porto – com especial enfoque nas águias, que já conquistaram a Supertaça e têm passeado a classe na fase preliminar da Liga dos Campeões, como ainda ontem se viu – têm animado os adeptos. O que, sendo uma boa notícia para quem torce pelos três grandes, é capaz de ser menos animador se deixarmos de olhar para as três árvores e, “zoom out”, dedicarmo-nos à floresta.
Se o Braga pretende – e tem conseguido nestes últimos anos da gestão de António Salvador – destacar-se dos restantes, a maioria parece cada vez mais condenada a um papel secundário. Pode custar ouvir, mas é disso que se trata. Mesmo retirando desta equação a abismal diferença de investimento – o Braga volta a imiscuir-se nesta análise, ainda que ficando muito longe do trio do topo –, porque nem sempre o dinheiro ganha jogos, o que sucedeu nos do FC Porto e do Sporting foi um alerta. Sim, é apenas uma jornada, a primeira, muito vai acontecer – melhorar e piorar –, mas a aparente facilidade com que dragões e leões dominaram V. Guimarães e Casa Pia, respetivamente, leva a acreditar que o desnível sentido a época passada vai acentuar-se. Com o extra do FC Porto dar mostras de querer voltar ao que foi num passado recente.
Sobre o Benfica, o que fez no Algarve e ao Nice leva a concluir, facilmente, que estará no mesmo patamar dos seus rivais quando for chamado a cumprir o calendário na I Liga. E numa altura em que tanto se fala de valorização e centralização, há aqui muito para discutir. Sem medos de tratar do futebol como uma floresta e não um canteiro.