A promessa de transição pacífica de poderes no Dragão não passou disso mesmo. Villas-Boas demorou a assumir a SAD e depara-se logo com o turbulento processo de Sérgio Conceição.
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Não há sinais de abrandamento na forte turbulência que se sente para os lados do Dragão. Depois de um ato eleitoral que consagrou de forma claríssima André Villas-Boas como novo presidente do clube, os grandes nomes da nação azul e branca apressaram-se a avançar com juras de uma transição pacífica de poderes, mas a realidade não mostrou nada disso, a começar na passagem de testemunho na SAD, que se prolongou até ao último dia possível nos estatutos, até ao momento de tomar talvez a mais importante decisão para a época que começa dentro de poucas semanas: a escolha do treinador.
Parece óbvio que Sérgio Conceição está no fim da linha no FC Porto. O técnico que comandou a equipa nos últimos sete anos sai com a conquista da Taça de Portugal nas mãos e deixa um legado poderoso a quem o substitui. Só não estaria à espera que o escolhido fosse o seu adjunto de sempre, tido como elemento da máxima confiança e de fidelidade à prova de bala, razão pela qual transpirou para a opinião pública a ideia de que Vítor Bruno o traiu.
Alguns elementos do corpo técnico de Conceição saíram ontem a terreiro para criticar o adjunto que pode ser promovido a principal e obrigaram André Villas-Boas a tomar uma posição de força, ao avançar com procedimentos disciplinares a quem se excedeu nas palavras. Só o tempo dirá quem tem razão, mas uma coisa é certa: esta espécie de novela mexicana era tudo o que o FC Porto não precisava num momento em que se exige união e congregação de esforços para que nasça um novo projeto capaz de empurrar o clube para as glórias. Na Segunda Circular haverá muita gente que agradece todo este barulho.